“Todo o Alentejo deste Mundo”

Aproxima-se a Ovibeja, que neste momento é a grande montra da nossa cidade, que tão raras oportunidades tem para se mostrar em todo o seu esplendor.
Há muitos anos que a grande feira do Sul se instalou no calendário, não só dos baixo-alentejanos, mas de todos os portugueses, e até, porque não, no de muitos vizinhos espanhóis que nos honram com a sua visita. É a melhor altura para convidar os amigos para nos visitar, e disfarçando algumas das carências que nos afectam no dia-a-dia, proporcionar-lhes, como disse o saudoso Pedro Ferro, “todo o Alentejo deste mundo”, com uma oferta cultural e comercial que pode constituir um momento único para mostrar aquilo que temos de melhor. No meio desta crise que sobre nós se abateu pode ser a oportunidade de negócio que nos dê o alento que tanto necessitamos, e um chamariz para o usufruto das nossas maravilhas em futuras oportunidades, já sem o saudável desassossego que nos quebra todas as rotinas de cidade pacata que somos, o resto do ano.
É neste tempo de bulício e que no meio dessa “sã promiscuidade” (mais uma sábia expressão de Pedro Ferro) que temos a oportunidade e, porque não, a obrigação de mostrar o nosso outro tempo. Aquele em que, como já referi noutro artigo, é a nossa maior potencialidade e riqueza:
“– O tempo que temos para receber quem nos visita, com todos os vagares do mundo.
– O tempo que passa calmamente, sem pressas, pelos nossos solos e fabrica os maravilhosos produtos tão distintamente marcados pela qualidade.
– O tempo que ganhamos a transformar esse mesmos produtos, para serem fruídos com e em todo o tempo.
– O tempo que a nossa paisagem exige e oferece para ser desfrutada em toda a diversidade e plenitude.
– E, finalmente, o tempo que passou por nós e deixou este magnífico património e, sobretudo, a história das nossas gentes e lugares, absolutamente irrepetível!”
Desejo a todos os leitores que aproveitem o melhor possível todo o tempo.