Vários eucaliptos, grande parte dos quais centenários, estão a ser abatidos na zona da albufeira da Tapada Grande, na Mina de São Domingos, denuncia uma associação local.
De acordo com o Centro de Estudos da Mina de São Domingos (CEMSD), o abate de árvores arrancou na terça-feira, 8, junto à área da zona balnear da referida albufeira, alegadamente por iniciativa da Câmara Municipal de Mértola.
Desconhece-se “até agora qual o motivo para a acção”, adianta ao “CA” o coordenador do CEMSD, Luís Baltazar, vincando que as árvores em causa “são eucaliptos, alguns deles centenários, mandados plantar no início do século passado pela empresa que explorava o minério de São Domingos”.
Segundo este responsável, o abate de árvores avançou sem a autorização e o conhecimento prévio da empresa proprietária dos terrenos, a La Sabina, além de violar o Plano de Ordenamento da Albufeira da Tapada Grande e criar diversos problemas de natureza ambiental.
“Uma vez que o solo fica ‘nu’ naquela área, [o abate vai] facilitar a erosão do solo e a mobilização de inertes para o leito da albufeira, contribuindo assim para o seu assoreamento e a consequente diminuição da capacidade de armazenamento e deterioração da qualidade da água”, argumenta Luís Baltazar, lembrando que a Tapada Grande tem bandeira azul e está classificada como “praia com qualidade de ouro”.
O “CA” tentou apurar, por correio electrónico, esclarecimentos sobre o caso junto da Câmara de Mértola, mas até ao momento ainda não obteve qualquer resposta.
Entretanto, em declarações à Rádio Pax (Beja), o autarca Jorge Rosa negou "qualquer abate” de árvores na zona da albufeira, revelando que os serviços técnicos da autarquia apenas determinaram o corte de quatro árvores que estavam doentes.
“Isto nem sequer se pode denominar um abate”, diz o edil mertolense citado pela Rádio Pax, justificando o corte "por motivos fito-sanitários".
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