Será inquestionável que há várias esquerdas no seio da sociedade portuguesa. Com uma esquerda democrática com grande adesão eleitoral, e dois partidos que disputam a esquerda do protesto não governamentável. À partida, estamos perante divergências enormes; todavia, pensando com mais atenção, intuímos que há grandes convergências.
Mas este artigo provocado pelo “Expresso”, através da notícia “A Convergência Impossível”, levou-me a perceber melhor que esquerdas fazem a grande esquerda.
Aceitando os dados da referida notícia, que realizou um levantamento de opiniões, chego à conclusão que são matérias convergentes entre o PS, o BE e o PCP as seguintes questões: procriação medicamente assistida; casamento homossexual; desfile do 25 de Abril; Regionalização; lei da paridade; políticas sociais; Salgueiro Maia; Eusébio; Che; interrupção voluntária da gravidez; CGTP; investimento público; divórcio.
Sinceramente, espantei-me com a diversidade de matérias em que as esquerdas são convergentes. Mas, talvez mais interessante, achei que as matérias de convergência têm linhas de força claras e importantes na definição das orientações políticas que fazem o dia-a-dia de todos nós cidadãos.
E quais são estas linhas de força que são abrangentes ao PS, BE e PCP? Em primeiro lugar, a ideia prática da LIBERDADE, que vemos no reconhecimento de Salgueiro Maia ou no casamento homossexual; que vemos na interrupção voluntária da gravidez, bem como, no desfile do 25 de Abril ou em Che Guevara.
Em segundo lugar, a ideia e prática da SOLIDARIEDADE, que vemos na lei da paridade ou no reconhecimento da CGTP; mas esta ideia é clara quando se refere às políticas sociais, à procriação medicamente assistida e à lei do divórcio. Mas, ainda vislumbramos, outra linha de força, o papel do ESTADO. Esta orientação apresenta-se quando se refere a importância do investimento público e a necessidade da Regionalizaçãom, ou seja, dum Estado interveniente e com maior proximidade dos locais, zonas e cidadãos junto dos decisores sobre a forma de usar as receitas dos nossos impostos.
Constato que qualquer destas linhas de força foram ideias-chave nas conclusões e na intervenção final de José Sócrates no encerramento do Congresso do Partido Socialista. Constato que os valores da Liberdade, da Solidariedade e da indispensabilidade dos Estados para regular os mercados e a economia são de primeira importância na definição das políticas que o país precisa para responder à crise internacional e reforçar os caminhos de modernização e solidariedade no seio da sociedade e economia portuguesa.
Perante estes quadro, sou levado a pensar que a esquerda democrática que é representada pelo Partido Socialista, que luta pelo socialismo democrático, tem todas as condições para fazer convergir todas as esquerdas num programa político em que se revejam a esmagadora maioria das esquerdas, que são feitas de cidadãos activos que querem um país melhor, porque mais igualdade, mais modernização, mais liberdade responsável e mais saudável qualidade de vida.
Deixo-vos estas reflexões que apontam para a vitória das esquerdas, liderada pela esquerda democrática que por natureza moderada, terão a capacidade para atrair cidadãos que se sentem no centro da política, pois gostam de estar no fiel da balança para assim melhor influenciarem os destinos do país.
Sendo certo que são muitas as divergências nas esquerdas, é possível pressupor que as forças das convergências são mais relevantes que as linhas divergentes, o que no meu entender incentiva <b><i>A Audácia da Esperança </i> </b> (Barack Obama).
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