Na minha experiência com migrantes, provenientes de vários países, continentes e regiões, falando a mesma língua ou tentando expressar-se num idioma comum, muitas vezes mal aprendido, pergunto-me como é possível convivermos em paz nesta Babilónia de línguas e de culturas. A emigração em massa, forçada, veio agudizar a necessidade de encontrarmos respostas satisfatórias. Por não o termos feito até agora, encontramos muitas dificuldades em ter êxito na presente situação, embora desde há muito sabemos que os guetos não ajudam a construir um povo coeso e pacífico.
Muitas tentativas têm sido experimentadas, mas continua a confusão das experiências fracassadas. Desde o apartheid, o multiculturalismo, a assimilação forçada, a integração às experiências interculturais, qual o caminho mais adequado em ordem a construir um povo e uma Europa unida, apesar da diversidade de línguas e de culturas?
Na brevidade desta nota, não irei citar estudos feitos por peritos na matéria, mas somente apontar alguns caminhos simples e viáveis, até porque estamos perante uma invasão de refugiados, diferentes nas suas origens culturais e linguísticas, mas sonhando encontrar a paz e o bem-estar pessoal e familiar que lhes tem sido negado.
O esforço a fazer tem de ser recíproco, embora tenha mais obrigação de tomar a iniciativa quem não teve de abandonar a sua terra e família. Um acolhimento fraterno e inteligente, consciente das possibilidades reais, mas com um coração magnânimo, é a primeira atitude que se espera, para não aumentar o sofrimento de quem bate à nossa porta. Lembra-me sempre do que presenciei quando era pequeno, no tempo da carestia dos últimos anos da segunda guerra mundial e seguintes: em que podemos ajudar, ser úteis? E a repartir o pouco que tínhamos com quem nada tinha. Hoje em dia, com tantos recursos e meios, todos os países da União Europeia poderão facilitar este acolhimento e ajuda. Apesar da diversidade de línguas, há uma que todos entendem, a do coração, do acolhimento franco e fraterno. Mas também há muitos tradutores e intérpretes. Precisamos de quem saiba coordenar esse encontro e entreajuda e não cair na exploração de quem se aproveita da situação, ajudando apenas porque arranjou um emprego pago com recursos estatais.
Muitas instituições e organismos, algumas ligadas à Igreja Católica, criaram uma plataforma para organizar o acolhimento dos refugiados. Aguardamos algumas instruções concretas, para que toda a sociedade civil possa colaborar, criando a mentalidade de acolhimento fraterno e de que isso não é apenas da responsabilidade do Governo, mas de todos os cidadãos, conscientes de que devem fazer aos outros aquilo que gostariam que lhes fosse feito, se estivessem nas mesmas circunstâncias. Aqui tem aplicação o princípio da subsidiariedade.

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