Há largos meses que muitos produtores pecuários do Campo Branco fazem contas à vida. Tudo porque, como lhe contamos nesta edição do “CA”, predadores selvagens que habitam na região, casos de raposas, saca-rabos, texugos e até corvos, têm dizimado dezenas de cabeças de gado, nomeadamente borregos (para não falar da avifauna, como a abetarda ou o sisão), para “matar” a fome. O problema tem-se vindo a agudizar semana após semana e exige soluções imediatas e concretas, sob risco de muitos agricultores abandonarem aquela que é uma prática secular neste território: a criação de gado ovino.
Este é um problema típico das regiões do interior, onde a prática agrícola de cariz familiar é ainda uma realidade e este tipo de situação, aparentemente de menor importância, faz imensa mossa na economia local. Mas não deixa de ser paradoxal que surja na mesma altura que, em Lisboa, alguns “urbanos” iluminados dediquem horas a fia e grandes parangonas na discussão de temas como a abolição da caça à raposa e ao saca-rabos, adoptando um discurso completamente desfasado daquela que é a realidade.
Como escreveu, no último fim-de-semana, Pedro Marques Lopes no “Diário de Notícias”, é um facto que “há um mundo urbano que ignora olimpicamente o mundo rural, que ignora os seus códigos, que chega a ter desprezo pelo seu modo de vida”. Talvez o faça por elitismo ou (queremos crer) simplesmente por ignorância. Mas esta é, seguramente, uma visão de país que devemos a todo custo contrariar, pois não é assim que se constrói uma sociedade mais evoluída e tolerante.
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