Na última nota escrevia o seguinte: “A educação na família, na escola, nas comunidades religiosas deve ajudar a construir a paz. Bem-aventurados os que sofrem por causa da paz, proclamou Jesus”. Sem avaliar todo o alcance desta afirmação, nesta semana, no torvelinho dos acontecimentos, recebi muitos incentivos para a explicitar melhor e aplicar aos ambientes que nos envolvem.
Em primeiro lugar, ao ler as propostas do Sínodo sobre a família, percebi que há uma situação global, que dificulta a tarefa educativa. Na miragem ideológica dum mundo envolvido na terceira guerra mundial em fragmentos, como se expressa o Papa Francisco, afirma-se o individualismo e o direito aos bens de consumo e esquece-se a educação primordial para a relação e a pertença, a começar pela família. Por isso os outros, a própria natureza, são vistos como concorrentes e obstáculos a eliminar, como o inferno, como se expressava Sartre, e não como fazendo parte de nós, do nosso bem-estar e aos quais somos devedores. Como diz S. Paulo (Rm 13, 8): Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser o amor.
Em segundo lugar, foi o Congresso Mundial promovido em Roma pela Congregação para a Educação Católica. No encontro com o Papa, em Novembro, uma responsável educativa perguntava como podem os educadores ser construtores da paz. Na sua resposta espontânea o Papa afirmava que é preciso ir às periferias, ao mundo dos pobres e não apenas fazer obras de beneficência para eles, dar-lhes de comer e ensiná-los a ler, mas a caminhar juntos com a sua experiência de pessoas feridas na sua humanidade. Não basta educar dentro de muros, cultivar uma cultura seletiva, de segurança, da inteligência formal, mas arriscar no cumprimento das catorze obras de misericórdia.
Em contraste com estes pensamentos estavam as notícias veiculadas pelos meios de comunicação social: a caça aos terroristas, os ataques aos focos de terrorismo, o controle dos refugiados, a construção de defesas, o estado de emergência. Será este o caminho da construção da paz, não apenas em algumas partes do mundo, mas para todos e com todos?
A educação para os valores humanos, implica também a abertura à transcendência, expressa de muitas maneiras, também a religiosa, mas nunca proselitismo ou fundamentalismo religioso, como dizia o Papa no diálogo atrás referido. Um sistema educativo fechado, neo-positivista, sem abertura à transcendência, que não toca o coração, os comportamentos e as relações fundamentais da pessoa, fecha o homem em si mesmo e não pode educar para o verdadeiro humanismo, por mais génios que produza, mas, infelizmente, também monstros.

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