As preocupações do comendador

Carlos Pinto

director do correio alentejo

Aos 89 anos (quase 90), o empresário Leonel António Cameirinha continua a ser uma das vozes mas coerentes sobre aquilo que é o presente e deve ser o futuro da região e, sobretudo, da sua cidade: Beja. A prova está na entrevista que o Comendador concedeu ao “CA” e que publicamos nesta edição, onde afirma que “Beja não está a crescer” – “Está estacionada, com diminuição da população e da natalidade”, diz, para logo de seguida acrescentar: “Vejo outras cidades a crescer e em Beja isso não acontece.”
Apesar de cáusticas, as palavras de Leonel Cameirinha ilustram na perfeição aquilo que, dia após dia, se vai verificando na mais importante cidade da região. Ao longo dos últimos anos Beja tem perdido a todos os níveis. Perdeu população, tem menos serviços públicos, é cada vez menos influente no plano político e nem sequer consegue capitalizar os recentes grandes investimentos feitos pelo Estado, nomeadamente o aeroporto e o Alqueva.
É certo que no caso deste último, se nota uma evolução nos campos em redor da cidade. Há novas culturas e novas indústrias a florescer. Mas isso ainda não trouxe o impacto esperado à cidade. E relativamente ao aeroporto nem vale a pena acrescentar mais uma linha ao que tem vindo a ser escrito nos últimos anos…
Por tudo isto, é urgente que haja uma mudança em Beja. De mentalidades e não só. Porque para que a cidade possa sair do marasmo em que se encontra é preciso fazer mais do que festas e outros eventos, enquanto se espera que o desenvolvimento caia do céu. Só uma cidade viva consegue crescer. E a Beja actual dificilmente conseguirá evitar o definhamento…

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