Quando esta semana passei pela redacção do “Correio Alentejo”, deparei-me com um série de grossos e largos volumes encadernados a azul. Eram assim uma espécie de corpulentos livros de tabelião, só que, em vez de escrituras, continham escritos, editoriais, reportagens, crónicas e notícias de nove anos de actividade deste agora quinzenário da imprensa regional alentejana.
Eram mil e duzentas páginas por tomo. Numa conta rápida, facilmente cheguei às dez mil páginas, se multiplicado este número pelos nove anos que o “Correio Alentejo” tem de vida. – É um acervo de páginas impressionante! – Dei por mim a pensar.
Passeando os olhos pelo primeiro livro, viajei então pelas notícias esquecidas, pelas fotos amarelecidas e pelas opiniões esbatidas pelo tempo.
Gosto deste exercício. Gosto de lançar um olhar ao passado de modo a não hostilizar o futuro.
Se pensarmos que lançar um jornal independente numa zona tão deprimida como a nossa já é um acto de coragem, mantê-lo durante nove anos é bastante mais do que isso. É um exercício de apurada gestão. É necessária uma imaginação orçamental, às vezes a roçar o delírio.
É por isso que quero aproveitar para dizer presente. Que aqui estou para celebrar este espaço de liberdade. Que no ínfimo pedaço que me toca, me sinto orgulhoso pelo contributo prestado. Que admiro o arrojo de quem comanda e dos que estão a bordo desta nau. Que quero aqui celebrar este aniversário e outros nove ou os mais que forem. Que isto de estar aqui de corpo inteiro é mais do que um salário, um ganha-pão. É labuta, refrega, disputa. É agarrar pelos cornos este tempo que é agora e conjugar o verbo futuro com alma e paixão.
Parabéns “Correio Alentejo”!
Obras de pavimentação de ruas em três localidades de Ourique
A Câmara de Ourique vai avançar com obras de pavimentação de várias ruas na sede de concelho e nas localidades de Aldeia de Palheiros e