Regresso hoje a um tema que me tem apoquentado, mas sobretudo espantado.
Em crónicas anteriores, já aqui debitei em forma de verbo a minha preocupação com o caminho evolutivo que a humanidade está a tomar.
Nesses escritos anteriores matutava sobre a revolução que estamos a viver. Nomeadamente, socorri-me de afirmações científicas, que reputo de fidedignas, que diziam termos evoluído mais nos últimos 25 anos do que desde a invenção da imprensa por Johannes Gutenberg em 1439 (que foi um passo significativo para a humanidade!) até ao ano 2000.
Quando era moço novo, talvez aí meio século atrás, cogitava-se que um dia a máquina iria suplantar a inteligência humana. Confesso que no meu cálculo de vida não seria coisa que iria presenciar, mas, no entanto, e para meu espanto, eu cá estou e ela aí está!
Falo da ferramenta que irá (já está!) revolucionar as nossas vidas: a Inteligência Artificial.
Para o bem e para o mal, aí a temos para influenciar de forma irreversível o nosso modo de viver.
Bem sei que, se for usada no sentido de preservar, melhorar ou desenvolver a nossa qualidade de vida, será um salto de gigante no que diz respeito à descoberta da longevidade humana, só para dar um exemplo do aproveitamento desta novel ferramenta.
Por outro lado, se for usada por mentes brilhantes mas maléficas em prejuízo da humanidade, poderemos assistir (mais cedo do que tarde!) ao desmoronar das sociedades tal qual hoje as conhecemos.
Presenciar esta revolução tem sido um privilégio que aos deuses agradeço.
Dou comigo a pensar que, nas quase sete décadas de vida que já levo, estas têm sido como que uma verdadeira viagem no tempo. Viagem essa que me remete para os arquivos da memória que, quando lhes visito as catacumbas e remexo nessas lembranças temporais, dou comigo a pensar que tem sido uma jornada e peras! Uma viagem temporal, nada consentânea com a previsível evolução humana.
Ao tempo em que nasci, a vida era quase medieval, cimentada em códigos e valores completamente diferentes dos de agora.
Basta dizer que nos faltava quase tudo, a começar pela saúde, logo a esperança de vida, que não ultrapassaria os 55 anos (hoje estamos perto dos 80). Também não existiam infraestruturas básicas como estradas, eletricidade, água canalizada, esgotos. O analfabetismo era superior à educação básica e as pessoas nasciam viviam e morriam sem nunca sair do seu pequeno território.
Isto só para dar alguns exemplos do que aconteceu neste curto espaço de sete décadas.
E assim, quase num sopro, as nossas vidas deram um pulo tão grande que nos permitiu viver e presenciar a maior revolução a que o Homem alguma vez assistiu.
Deste modo, quase de repente, o texto que aqui debito poderia ter sido muito melhor escrito pela tal IA, se apenas lhe tivesse sugerido uns tópicos para o desenvolvimento do mesmo.

Pároco de Castro Verde lança livro sobre D. José Patrocínio Dias
Um livro sobre o bispo José Patrocínio Dias, que liderou a Diocese de Beja entre 1920 e 1965, da autoria do padre Luís Miguel Fernandes,