De acordo com os recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), desde 2012 que Portugal regista uma diminuição da área semeada de cereais, prevendo-se que na presente campanha se atinja um mínimo histórico de 121 mil hectares, “apenas” a menor área dos últimos 100 anos. Pior: segundo a mesma fonte, Portugal apenas produz trigo equivalente para seis por cento das suas necessidades anuais, sendo necessário importar o restante, com todos os prejuízos à economia nacional daí decorrentes.
Por tudo isto, o Ministério da Agricultura já tem em marcha a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, que o ministro Capoulas Santos iria, segundo algumas fontes, levar a conselho de ministros nesta última quinta-feira, 12 de Julho [já depois do fecho desta edição do “CA”]. As metas a alcançar e as acções a desenvolver no âmbito desta Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, visam, objectivamente, colocar Portugal a produzir muito mais que aquilo que produz actualmente. Não o suficiente para fazer face às necessidades do país, mas o suficiente para equilibrar a balança comercial de Portugal.
Ora para isso acontecer tem de haver apoios concretos (sobretudo financeiros) e uma visão do país como um todo, não privilegiando apenas determinados territórios “mais produtivos”. É por isso que esta estratégia deve também ter em atenção zonas como o Campo Branco ou a margem direita do concelho de Mértola, onde a água para o regadio não existe e a produção de cereais é ainda uma actividade vital para as comunidades locais (e até para muitos produtos regionais de alta qualidade, como o pão alentejano).
Esperamos, portanto, que com a nova Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais se abra uma janela de esperança para os agricultores que hoje resistem a fazer trigo e cevada. E que com ela – a par de outras medidas – se consiga o necessário rejuvenescimento dos nossos campos.

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