No turbilhão de más notícias com que somos confrontados de hora a hora, lá surgem de quando em vez algumas novidades que registamos com agrado neste cantinho de território em crise e emocionalmente deprimido. E no primeiro dos casos, a notícia vem das profundezas do chão que diariamente pisamos!
Em 2012, as duas minas em laboração no distrito de Beja (Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, e Aljustrel) conseguiram a proeza de ter uma facturação de quase 400 milhões de euros. Os números são estratosféricos e significam um forte incremento das exportações nacionais. Mas ainda mais importante que isso é o impacto que estas duas empresas têm na economia de uma das regiões mais pobres da Europa, onde cerca de 3.000 pessoas têm trabalho por via da actividade mineira.
A riqueza proveniente do subsolo não deve, contudo, criar ilusões. Tratando-se de um sector que assenta na extracção de recursos finitos e de preço altamente volátil, é necessário que aproveitemos o impulso dado por este bom momento que as duas minas baixo-alentejanas atravessam para encarar o futuro com realismo e cautela. E que assim surjam as desejadas alternativas!
Outra boa notícia dos últimos dias foi a decisão do Governo de avançar com o regime de “IVA de caixa”, que permitirá às empresas com um volume de negócios até 500 mil euros entregarem ao Estado o IVA das facturas emitidas após a cobrança da mesma. Esta é, sem dúvida, uma medida que poderá aliviar a tesouraria de muitas pequenas e médias empresas, cada vez mais em dificuldades no “mar de austeridade” em que o país mergulhou. Mas ficam duas questões: por que razão a medida só entra em vigor a partir de Outubro? E por que razão só em 2013 se tomou esta decisão?