Beja crescerá

Quinta-feira, 17 Setembro, 2020

José Carlos Albino

consultor

São velhas as queixas da escassa importância da cidade de Beja, quase sempre culpando o centralismo de Évora. Não é assim que faremos da capital do Baixo Alentejo uma cidade-capital com vida activa, que promova o desenvolvimento deste vasto território a sul, confinando com o Algarve. Não é que os líderes de Évora não tenham culpa no cartório; mas está nos bejenses a possibilidade de fazer da “Aldeia Grande” uma cidade dinâmica e próspera. A Ovibeja é um exemplo vivo que, com iniciativa e persistência, é possível pôr Beja no mapa nacional.
As principais responsabilidades vão direitinhas para a força política – o PCP – que há 35 anos domina a Câmara, com vistas curtas e com medo que o desenvolvimento os retire do seu poder sectário. Obviamente, que as diversas lideranças presentes na cidade também não têm sido capazes de ter o dinamismo e clarividência para dar a volta ao bloqueio instalado.
No final de contas, as forças económicas e sociais não têm tido a capacidade para aumentarem a sua dimensão e atraírem novos investidores que explorem as enormes potencialidades de Beja e do Baixo Alentejo; se durante anos e anos o Poder Central não prestou as condições para romper com o despovoamento, hoje já temos iniciativas que permitirão a multiplicação de empreendimentos nesta nossa zona territorial. Se a fixação de serviços públicos ajuda o progresso da cidade e vilas, a verdade é que está nas mãos dos baixo-alentejanos correr riscos virados para dinamizar a economia e a sociedade!
Apostemos nas iniciativas que criam postos de trabalho, nos mais variados sectores e fileiras e no território como um todo, e conseguiremos atrair serviços públicos e privados que criarão a “massa crítica” e o saber que superará os bloqueios existentes. Acredito que se vislumbram sinais positivos nos últimos tempos; agora, é hora de árduo trabalho para transformar as condições existentes em realidades em crescimento.
Esperançado que vamos dar a volta necessária para a afirmação de Beja e zona envolvente, deixo o apelo para que arregacemos as mangas e deixemos as queixas para os que nada querem fazer e realizar. E, assim, com Beja cidade-capital, motor e indutor de desenvolvimento e de bem-estar e lazer, e com o conjunto do território do Baixo Alentejo revigorado nas vilas e aldeias por um associativismo activo, seremos, de facto, uma Região com poder próprio no nosso vasto Alentejo!
Ao trabalho!

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