Esta semana foi protagonista a vaga (onda) de calor. É curioso que a vaga de calor começa com o mês de agosto ou não fosse agosto o mês de, previsivelmente, mais calor! É verdade que o meu concelho bateu os seus recordes de sempre, com especial atenção para a Zambujeira do Mar com mais de 40 graus.
Talvez por tudo isto tenha ficado preguiçoso e sem vontade de escrever coisas sobre coisas que não entendo ou sobre as quais possa fazer um entendimento errado.
Tinha pensado falar sobre as estatísticas do desemprego em Portugal (6,7% em junho) mas depois li um artigo onde alguém dizia que a taxa de desemprego deveria ser, por esta altura, de 4%. Estaríamos a falar de zero desemprego, nesse caso, considerando que essa taxa indicaria apenas uma espécie de desemprego “voluntário”!
Depois pensei em falar na boa noticia relativamente à descida substancial da dívida pública, mas lembrei-me de que tenho defendido, corretamente, que essa análise só deve ser feita de forma anual e de que a mesma pessoa que escreveu sobre o “elevado desemprego” também escreveu que este governo perdeu uma oportunidade histórica de estar a crescer muito mais (como só estamos a crescer pouco mais de 2%).
É curioso que a tal pessoa aponta a falta das tais “reformas estruturais” que este governo não fez na justiça, no licenciamento e outras coisas mais difíceis de entender pelo comum dos mortais, mas que escritas, por um gajo erudito, funcionam como a coisa que salva o país e que os sucessivos governos insistem em não levar à prática. Até pode ser da tal vaga (onda) de calor, mas já não tenho paciência para estes sábios “da decisão sempre certa” que são sempre anunciados como grades peritos de uma coisa qualquer.
Ainda me lembrei da questão dos médicos não quererem ir para o Algarve mas, neste caso, o calor já me parecia um fator positivo que os deveria levar a aceitar cumprir esse serviço publico. Não é assim talvez porque a classe profissional em causa não aprecie essa vantagem competitiva do Algarve e, pensando bem, isso até justifica o facto de menos quererem vir para o Alentejo (faz aqui muito mais calor).
Ah! O vinho da talha a património da humanidade é uma grande ideia! Mesmo que neste momento eu entenda que esta corrida permanente ao reconhecimento pela UNESCO esteja a atingir os níveis exuberantes da nossa, já cansativa, vaga de calor não posso deixar de aplaudir a iniciativa de promover o vinho da talha!
É um vinho diferente e pode ser de grande qualidade (como todo o vinho do Alentejo). Terá o seu peculiar processo de vinificação, mas e a talha!? O processo de construção daquelas Talhas é um hino às artes e ofícios tradicionais de uma vasta região que nem é continua em termos geográficos (esta questão da geografia é também muito interessante).
Não deveríamos olhar, no sentido de valorizar, para o tipo de matéria prima utilizado na construção das talhas, para os diferentes tipos de talhas e para as técnicas de construção destas talhas? Eu julgo que sim. Em ultima análise não podemos esquecer que para haver vinho da talha tem que haver talha e não um qualquer “compósito” moderno substituto que derreta ao sol do Alentejo!
Olhemos, pois, para as talhas até porque, neste tempo de vagas de calor, as talhas têm um aspeto muito
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