Hoje em dia a tecnologia permite-nos conviver com várias realidades. A nossa, a dos outros e a realidade virtual.
Por norma, a realidade é apenas e só uma. A forma de a vermos é que difere de um individuo para outro. A realidade virtual , bem essa é aquilo que nós quisermos. Por vezes a nossa realidade difere um pouco da realidade dos outros. Ou porque andamos no “mundo da lua” e não vemos o que nos rodeia, a nossa realidade também difere da dos outros quando teimosamente não queremos ver o que todos vêem, ou até mesmo quando andamos tão ocupados e apenas “vemos” o que os outros nos transmitem segundo os interesses próprios.
Sou apologista de que nos devemos conduzir pelo que pensamos, pelas nossas convicções, que devemos ser honestos, primeiro que tudo, connosco próprios. Isso não invalida, pelo contrario, reforça, que a honestidade para com os outros saia reforçada. Tal como a liberdade, a nossa realidade não pode nem deve colidir com a dos outros pois irá gerar uma realidade destorcida onde aquilo que vemos estará desvirtuado à partida. E isso nunca é bom, nem para nós nem para os outros. Por vezes até podemos nem concordar, podemos achar que a nossa perceção é a correta, inclusive até podemos pensar que a realidade dos outros está completamente deturpada, mas as regras de sã convivência, o saber viver em comunidade e, principalmente aquela regra que não está escrita mas que deve ser apanágio de todos, a do bom senso, deve dar-nos a possibilidade de nos colocarmos no lugar dos outros e ver também a realidade dos outros.
Por fim vem a realidade virtual. Aquela onde a tecnologia nos permite ser aquilo que quisermos. Basta utilizarmos a tecnologia adequada e podemos ser quem quisermos, irmos onde apenas sonhamos, fazer o que nunca teríamos coragem para o fazer. Esta, apesar de ser virtual, tem cada vez mais adeptos.
Enquanto vivemos as primeiras duas, a nossa realidade e a dos outros, com maior ou menor dificuldade, com cedências de um e de outro lado, com algumas exceções tudo se resolverá e no fim do dia as realidades antagónicas tendem a fundir-se. O problema é quando começamos a viver mais na realidade virtual do que na pura e dura vida de todos os dias. Quando deixamos de distinguir o que é virtual e o que é real. Quando decidimos baseando-nos no virtual ao invés de olharmos para a realidade que nos rodeia. Aí, o caso toma proporções por vezes difíceis de entender para o mero humano.
Esta é uma conversa virtual. Para as realidades mundanas.