5 de Outubro

Quinta-feira, 17 Setembro, 2020

Rodeia Machado

técnico de segurança social

Nesta data histórica, a do centenário da República Portuguesa, é preciso relembrar que o acto em si foi um acto revolucionário, conduzido por uma burguesia liberal, mas com o apoio popular e proclamada em 5 de Outubro de 1910 por cidadãos, agrupamentos e organizações vanguardistas dentro do espectro político-social português, com o apoio incondicional das camadas populares da cidade de Lisboa.
Durante estes 100 anos muitos factos se passaram de maior e melhor relevo para o povo português, mas também é preciso lembrar aqui que durante quase meio século existiu um regime fascista, que de 1926 a 1974 oprimiu o povo português e extinguiu as liberdades.
Foi durante este quase meio século de opressão que se destacaram no combate e na luta pela liberdade muitos homens e mulheres, comunistas e outros democratas que em torno do ilegalizado Partido Comunista Português, ou em organizações unitárias como o MUD (Movimento de Unidade Democrática) da sua organização juvenil MUD/Juvenil ou no MDP/CDE, ou em tantas reuniões clandestinas ou semi-clandestinas, que conduziram, ou melhor dizendo, que criaram raízes profundas que conduziram ao 25 de Abril de 1974.
Por isso, valorizamos tudo quanto de democrático e progressista foi alcançado, com a instauração da República em 5 de Outubro de 1910 e combatemos com firmeza linhas de ataque reaccionárias que visam justificar o golpe militar de 1926 e a instauração do fascismo e o branqueamento de crimes.
Não é por acaso que, sob a bandeira do 5 de Outubro tiveram lugar importantes jornadas de unidade e resistência antifascista.
Mas ao mesmo tempo rejeitamos as visões acríticas e idílicas do republicanismo e da República que predominam nas comemorações oficiais do centenário da Revolução de 1910, reconhecendo os limites desta revolução e do regime que implantou no país.
Só com o 25 de Abril de 1974 se reabilitou de novo a República e as amplas liberdades de que hoje gozamos foram fruto da luta e preserverança de homens e mulheres dotados do melhor espírito e desejos de liberdade que os foram transmitindo às novas gerações.
Hoje, tal como ontem, o que foi alcançado de bom para o povo português não pode nem deve ser questionado, nem por nada nem por ninguém em nome dos valores da pátria.
Os valores patrióticos são traduzidos, necessariamente, em políticas de esquerda que criem desenvolvimento e prosperidade.
Na minha concepção, a democracia deve ser simultaneamente política, económica, social e cultural, num quadro em que a independência nacional esteja assegurada.
E como está visto hoje, com este Governo PS e com o suporte do PSDe CDS às suas políticas, a independência nacional está muito distante … cada vez mais distante.

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