Seca. Ano “péssimo” para a produção de porco alentejano

Os produtores de porco alentejano estão a ter um ano “péssimo” para a engorda dos animais, devido à seca e à falta de pastagens para alimentar os animais, revela o presidente da associação de criadores.

“A situação está muito complicada”, pois “está a ser um ano agrícola muito seco”, o que prejudica “muito a montanheira”, em que os animais são alimentados e engordados no montado, diz ao “CA” Nuno Faustino, presidente da Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA), com sede em Ourique.

A ACPA representa cerca de 50 produtores e comercializa uma média de 7000 animais por ano, sobretudo para a indústria do presunto em Portugal e Espanha.

Segundo este responsável, “em termos médios”, os porcos alentejanos estão este ano “com menos 15 a 20 quilos do que era suposto ter se a situação fosse normal”.

“E a partir de meados de janeiro ainda se notou uma maior deficiente engorda, sobretudo pelas temperaturas mais elevadas que se verificaram”, acrescenta.

Para Nuno Faustino, esta realidade representa uma quebra nos rendimentos dos produtores “de 35 a 50 euros a menos por porco”, explicando que o valor pago por arroba espanhola (11,5 kgs) ronda atualmente “os 36,4 euros”.

A juntar a isto, acrescenta, tem-se verificado um “aumento brutal dos custos de produção”, nomeadamente rações e combustíveis.

Perante este quadro, o presidente da ACPA admite que a atividade pode estar em risco, uma vez que “as explorações estão a reduzir o número de animais em montanheira” e “há produtores que já queriam vender os animais, mesmo antes da próxima montanheira”.

“Estamos a afundar-nos cada vez mais e não tenho dúvidas que vai haver um abandono de muitos produtores”, conclui.

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Correio Alentejo

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