O aumento do preço da água do Alqueva, anunciado na passada semana pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, em Beja, está a deixar “apreensivos” os regantes da região, que consideram esta medida “contraditória”.
Em comunicado enviado ao “CA”, a Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG) sublinha que “não se compreende o facto de, por um lado, serem anunciados apoios aos agricultores para controlar a subida do preço dos alimentos e, pelo outro, subir 30% um fator que é decisivo para a sua produção, que terá diretamente reflexo no preço dos alimentos e consequentes impactos negativos ao nível social”.
Ainda assim, a FENAREG admite que “o anúncio em como o aumento será aplicável apenas durante um ano, sendo posteriormente aplicado o valor anterior (2022) e da possibilidade de uma redução de preço, deixou para a Federação alguma esperança para o futuro”.
“Contudo, até lá é necessário que a tutela reveja e ajuste parâmetros como a energia”, acrescenta a Federação, considerando ser “urgente uma renegociação do preço da energia e/ou a reversão dos direitos de concessão da central hidroelétrica, com o Estado, a continuar entretanto, a garantir a viabilidade da EDIA”.
No comunicado, a FENAREG aponta ainda “dois pontos menos positivos”, a começar pela “falta de diálogo do Ministério da Agricultura, na medida em que os agricultores regantes devem ser sempre ouvidos e envolvidos nas decisões relacionadas com as campanhas de rega”.
Por outro lado, a Federação critica “o facto do racional económico utilizado para definição do preço da água contemplar apenas critérios contabilísticos, não integrando valores mais nobres de natureza económica, social e ambiental”.