Os eleitos do PS na Assembleia Municipal de Serpa estão preocupados com a situação financeira da autarquia local, acusando a maioria CDU de “má gestão” ao longo dos anos.
Em comunicado enviado ao “CA”, os eleitos socialistas justificam a sua preocupação com o facto de na última reunião da Assembleia Municipal, realizada segunda-feira, 30, a Câmara ter pedido nova autorização para contrair um empréstimo de quatro milhões de euros “para proceder ao saneamento financeiro da autarquia, somando-se aos 7,5 milhões de euros existentes”.
Feitas as contas, “a dívida [da Câmara de Serpa] ascenderá a 11,5 milhões de euros”, assinala o PS, que criticam “vivamente a má gestão financeira que a CDU tem vindo a fazer, dando sempre a aparência que está tudo dentro da normalidade”.
“Com efeito, a dívida de curto prazo passou de perto de 800 mil euros em 2012 para 4,9 milhões de euros no final de Maio deste ano, o que pode ter consequências catastróficas para os agentes económicos do concelho de Serpa, que precisam que a Câmara lhes pague o que deve para poderem sobreviver”, assinalam.
Para os socialistas, e apesar dos avisos que têm sido dados, o “conjunto de más opções de investimento e funcionamento” que a maioria CDU tem seguido deram origem a uma dívida que “ameaça tornar-se insustentável e bloquear a acção do Município, o que já era notório no orçamento aprovado em Dezembro para 2014”.
“Com efeito, além do aumento brutal da dívida aos fornecedores, soma-se a dívida que foi sendo acumulada por opção política de não pagar à empresa Águas do Alentejo desde há vários anos, pelo que neste momento a soma da dívida com os juros de mora ascende a quase dois milhões de euros”, acrescenta o PS de Serpa, garantindo que perto de metade do empréstimo agora aprovado será para pagar essa dívida.
Tudo isto levou os eleitos do PS na Câmara e na Assembleia Municipal de Serpa a pedirem explicações ao executivo, “no sentido de saber que plano de austeridade vai ser aplicado no concelho”.
“Será necessário parar os investimentos e cortar na despesa”, defendem os socialistas, considerando que o presidente do Município, Tomé Pires, não foi “esclarecedor quanto ao que vai fazer”.
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