No dia em que arranca a 10ª edição do Festival Islâmico de Mértola, o presidente da Câmara Municipal local revela ao "CA" que o segredo do evento está na sua capacidade de ser genuíno. "Uma das questões fundamentais para a consolidação deste festival tem sido a sua genuinidade. O facto de não se criarem cenários, de não termos aqui pessoas a encenar como se de teatro se tratasse", afirma Jorge Rosa.
O que faz o Festival Islâmico de Mértola ser um evento especial e cada vez maior?
Julgo que uma das questões fundamentais para a consolidação deste festival tem sido a sua genuinidade. O facto de não se criarem cenários, de não termos aqui pessoas a encenar como se de teatro se tratasse… É de facto um festival com genuinidade, tendo em Mértola por estes dias comerciantes marroquinos, um centro histórico real e muito semelhante a uma medina árabe, e termos toda a dinâmica e actividade cultural idênticas às que existem nesses locais, enriquecidas por outras actividades puramente alentejanas. Por outro lado, o facto de termos conseguido – sempre com muito rigor e alguma disciplina – manter esta filosofia do festival, direcionando sempre o evento para aquilo que é a cultura mediterrânica, para o bom Islão. E outra questão sempre muito importante – e que tem feito do festival aquilo que conhecemos hoje – é a capacidade de a autarquia ter realizado e ter criado parcerias com diversas entidades. Já são algumas dezenas e todas elas dão um contributo para a grandiosidade e para o sucesso deste festival.
A par da história e da tradição, este evento é essencial para a economia local?
Sim, são quatro dias em que Mértola se transforma completamente para receber os milhares de visitantes e para isso muito contribui o comércio local, que se prepara servir bem as pessoas. Muito contribui também a comunidade mertolense, que nestas alturas abre as portas de suas casas e recebe famílias, aproveitando para realizar alguma receita, nomeadamente alojamentos e restauração. Portanto, esta colaboração extraordinária destas pessoas na altura do festival também é muito importante para que a receita criada pelo festival fique no território, nomeadamente em Mértola.