Depois de 2024 ter sido um ano histórico para a Caixa Agrícola de Aljustrel e Almodôvar, que opera nestes concelhos e também no de Castro Verde, o presidente da instituição, Orlando Felicíssimo, revela ao “CA” as expectativas para este ano.
Quais as expectativas da Caixa de Aljustrel e Almodôvar para 2025?
Analisando os resultados do primeiro trimestre do ano, antevejo o ano de 2025 com alguma tranquilidade, no sentido em que estamos com todos os indicadores estabilizados, como era suposto estarem. Ainda assim, e ao contrário de 2024, em 2025 nota-se já o impacto da descida da Euribor e, portanto, ao nível da margem financeira há uma queda face ao período homólogo, mas dentro daquilo que era expectável e normal.
A descida das taxas Euribor será determinante naquele que será o resultado da CAAA em 2025?
É normal que os resultados de 2025 sejam inferiores aos registados em 2024 e até em 2023, pois foram dois anos em que as taxas de juro estiveram muito altas e impactaram bastante, positivamente, os resultados líquidos dos bancos de uma forma transversal. Portanto, é expectável é que em 2025 haja uma descida dos resultados por via da redução das margens, mas a expectativa é que se consigam resultados suficientemente confortáveis para manter a estabilidade da instituição. Quanto a isso não tenho qualquer dúvida!
Existe muita instabilidade (política) interna e no plano externo o cenário não é melhor, agora agravado com a questão das tarifas às importações impostas pelos EUA. Tudo isto pode afetar a atividade da banca?
Atualmente, neste momento, ainda não se sente esse impacto, mas a continuarmos este caminho, essas medidas que estão a ser tomadas ao nível das tarifas vão com certeza acabar por impactar e vão ter de surgir outras medidas. Portanto, estamos neste momento num período de descida das taxas de juro que, de repente, pode ser invertido para responder a essa “guerra comercial” que resolveram iniciar no mundo onde vivemos e que vai ter um impacto negativo na economia.