O presidente da Distrital de Beja do PSD considera que depois dos resultados das legislativas de domingo, 30, o partido precisa de se “reorganizar” para em seguida iniciar “um novo ciclo”, “tendo em vista os próximos atos eleitorais”.
“Abre-se agora um novo ciclo e vamos esperar para ver quem são os novos protagonistas”, diz Gonçalo Valente ao “CA”, acrescentando que “agora é tempo” de o PSD “se reorganizar”, “refletir” e “tentar perceber o que correu mal e o que é que poderia ter sido feito de outra forma” nestas eleições.
“Depois deste exercício, poderão estar reunidas condições para se iniciar um novo caminho”, já sem Rui Rio na liderança do partido, diz.
“Ele melhor do que ninguém saberá o que é melhor para o PSD. Mas ontem Rui Rio foi claro e taxativo nas palavras, quando disse que não se sentia útil e que considerava que não estava neste momento a fazer nada no partido”, frisa.
Ainda assim, na opinião do presidente da distrital de Beja, o presidente do PSD fez bem em não se demitir na noite de domingo.
“Temos de dar algum tempo para que ele possa organizar as coisas para passar a pasta com a maior tranquilidade possível”, justifica.
Sobre a futura liderança do PSD, Gonçalo Valente sublinha que o partido “tem quadros de excelência” para “criar uma nova dinâmica interna”.
“Neste momento, a grande prioridade é haver uma reorganização” e “debater aquilo que aconteceu”, para depois “chegar com tranquilidade a uma resposta que vai servir os interesses do partido”, “com novas dinâmicas, novas perspetivas e novas linhas orientadoras”.
No círculo de Beja, o PSD aumentou a sua votação relativamente a 2019, mas falhou o objetivo de eleger um dos três deputados, que foram garantidos pelo PS (dois) e CDU (um).
“Subimos consideravelmente, mas ainda assim não foi suficiente para elegermos o deputado. O PS teve um grande resultado, acima das melhores expectativas”, remata Gonçalo Valente.