A decisão da Universidade de Coimbra (UC) de retirar a carne de vaca da ementa das suas cantinas a partir de 2020 continua a dar que falar no Baixo Alentejo, com muitas críticas por parte de agricultores e do cabeça-de-lista do PSD.
Em comunicado enviado ao “CA”, a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) diz ter recebido a posição da UC com “profunda indignação”, considerando que as “declarações infundadas e alarmistas” do reitor sobre a emergência climática do momento “colocam em causa o desenvolvimento do sector agrícola no seu todo, a sua rentabilidade, o equilíbrio do espaço rural, a produção nacional e a soberania alimentar do país”.
“A emergência climática é uma questão científica mas é também política. E pode tornar-se uma emergência social se não forem criados mecanismos que combatam a falácia e a desinformação”, sublinha a FAABA, lembrando que “há evidência científica que demonstra os benefícios ambientais e sociais da actividade agrícola no combate à desertificação, ao despovoamento rural e à promoção da biodiversidade nos nossos eco-sistemas”.
“Por outro lado, há reconhecidas organizações internacionais a demonstrar que o consumo adequado de carne é benéfico para a saúde”, continua a FAABA, que pede “honestidade intelectual” à UC e também critica as declarações públicas do primeiro-ministro sobre o tema. “O primeiro-ministro, mesmo enquanto candidato, deveria defender um sector tão importante e tão relevante em termos económicos, ambientais e sociais como é a pecuária nacional”, rematam os agricultores.
Igualmente crítica da decisão da UC é o candidato do PSD em Beja nas Legislativas de 2019. Para Henrique Silvestre Ferreira, é “inadmissível que uma universidade sustentada por todos nós esteja a promover-se no mercado global com meias verdades alarmistas e ‘politicamente correctas’”.
“Acho inadmissível que uma universidade corte num nutriente sem revelar que outro nutriente o vai substituir. Será que pretende substituir a carne de vaca por cereais, cuja produção tem de ser importada, continuando a aumentar-se a pegada ecológica?”, questiona o cabeça-de-lista laranja em comunicado enviado ao “CA”.
Ao mesmo tempo, Henrique Silvestre Ferreira pretende ainda saber, entre outras questões, se o ministro da Agricultura “falará ao país sobre o assunto”, “reporá a verdade sobre as produções animais e as produções alternativas” e “trabalhará para que o alarmismo não leve outras escolas a abolir carne de vaca”.
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