Na passada semana o SEF deteve quatro cidadãos estrangeiros numa herdade de Serpa por suspeitas de tráfico de seres humanos. Em causa estava a situação de 28 trabalhadores na apanha da azeitona, que viviam sem as mínimas condições de dignidade e ainda estavam sujeitos a verem o seu parco vencimento reduzido se o trabalho se atrasasse [ver notícia na página 2].
Em pleno século XXI, este é um exemplo das notícias que apenas deveríamos poder ler nos anuários de há 100 ou mais anos. Mas não! Todos os anos este tipo de episódios repetem-se um pouco por toda a região, com as autoridades a pouco mais poderem fazer que actuar no momento e, sempre que possível, efectuar as devidas diligências (e detenções).
A intervenção de entidades como o SEF, a GNR ou a ACT são, no entanto, insuficientes para colocar termo ao problema e a uma situação que deve fazer que pensar todos os baixo-alentejanos. A começar pelos próprios proprietários das herdades onde estas situações são detectadas, que na maior parte das vezes “lavam as mãos como Pilatos” e continuam a nada exigir em matéria de dignidade humana e respeito pelos direitos dos trabalhadores às empresas que subcontratam.
É precisamente este tipo de comportamento que é necessário mudar. Porque se grande parte dos projectos de olival instalados no Baixo Alentejo contaram com chorudos apoios vindos dos cofres nacionais e da União Europeia, os seus responsáveis também têm o dever moral e, sobretudo, legal de exigir que os nossos campos não continuem a ser palco de uma das maiores vergonhas dos tempos actuais.

Equipa de ciclismo ‘master’ de Castro Verde com estreia positiva na estrada
A equipa de ciclismo de masters Team Danado & Peçamodôvar/AMCP Castro Verde teve uma estreia positiva na estrada, durante a Taça do Algarve de Estrada,