Sobre o aeroporto de Beja já muito se disse, teorizou e escreveu. Inclusive nas páginas do “CA”, onde ao longo dos anos se debateu – entre notícias, reportagens e artigos de opinião – o que fazer com aquela infraestrutura inaugurada a 13 de abril de 2011 e que custou cerca de 33 milhões de euros ao Estado.
Nem sempre as opiniões sobre o que fazer ou como fazer convergiram (muito pelo contrário) e, passado todo este tempo, parece óbvio que o projeto de aproveitamento civil da pista da Base Aérea de Beja começou pelo “telhado”. Ou seja, avançou-se primeiramente com o investimento sem, contudo, se tratar de acautelar a melhor forma de o rentabilizar, sem uma estratégia de negócio definida e, pior, sem acessibilidades construídas, esperando que, por obra e graça de caprichos alheios, tudo acontecesse naturalmente e houvesse aviões com fartura a aterrar na pista baixo-alentejana.
É claro que tal não se confirmou, ainda mais com a privatização da empresa ANA – Aeroportos de Portugal à mistura. Mas mesmo assim, e volvida uma década, continuam a ser grandes as expetativas relacionadas com o potencial do aeroporto – e, acrescentamos nós, justificadamente!
Desde sempre que nos pareceu que as valências da manutenção de aeronaves e da logística poderiam ser as que melhor encaixariam no aeroporto de Beja. Muito mais que os voos de passageiros ou os charters turísticos.
Nesse sentido, o investimento em curso da MESA em Beja é um claro indício da consolidação deste projeto, a que se junta o anúncio, por parte da Infraestruturas de Portugal, de se estudar uma ligação ferroviária eletrificada entre o aeroporto e a capital de distrito e, daí, para Lisboa. São estes pequenos passos que alimentam a nossa esperança e contrariam a sentença de estarmos definitivamente perante um “elefante-branco”.

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O espetáculo de teatro culinário “Comer com os olhos” é apresentado neste fim de semana, dias 1 a 3 de Dezembro, em Odemira, com o