A pandemia da Covid-19, que por cá anda há mais de um ano, além de colocar a nu algumas das nossas fragilidades enquanto cidadãos e comunidades, também tem servido para fazer despontar genuínos movimentos de solidariedade e entreajuda. E tem sido, simultaneamente, uma “prova de fogo” para testar a resiliência de muitas atividades, grande parte das quais a têm superado com distinção.
Neste último caso encontramos a agricultura (e necessariamente a pecuária), setor onde tudo o que não se restringe ao regadio é muitas vezes encarado como se estivesse a dar os seus derradeiros passos, sem qualquer horizonte de futuro.
Uma convicção que foi inequivocamente abalada ao longo dos últimos meses, em que perante os constrangimentos e os condicionalismos impostos pelo coronavírus, os agricultores (incluindo os do sequeiro) arregaçaram as mangas e deram provas da sua capacidade de resistir e enfrentar os maiores obstáculos.
Foi esta “força” da agricultura que permitiu manter as cadeias de produção e fornecimento alimentar a funcionar com normalidade durante este longo ano, ao mesmo tempo que se abriam novos mercados exteriores, sobretudo dentro da “Europa comunitária”, que se viu impossibilitada de continuar a manter algumas rotas comerciais por meio aéreo ou marítimo.
Por isso mesmo, se há coisa boa que sairá desta pandemia é, seguramente, a nova visão que todos passamos a ter da agricultura. A partir de agora, esta é uma atividade que deixa de ser encarada como “secundária”, quiçá dispensável para muitos, para se assumir como um setor essencial para o futuro de qualquer comunidade.

Cultura do Mediterrâneo com “palco” em Castro Verde
A cultura do Mediterrâneo e do mundo lusófono, da música à gastronomia, vai ter “palco” em todo o concelho de Castro Verde a partir deste