Tal como escrevemos na última edição, a viatura em que Portugal (e os portugueses) seguiam tranquilamente, a “velocidade de cruzeiro”, chocou repentinamente com uma “parede de betão” em forma de vírus. De um dia para o outro (literalmente) o país parou. Os serviços públicos passaram a funcionar à distância, lojas, cafés e restaurantes fecharam, as escolas ficaram sem a agitação das crianças e (quase) todos nós começámos a trabalhar a partir de casa, tornando rotina aquilo que era um expediente pontual.
Sem que alguém o previsse, o coronavírus Covid-19 veio mudar o mundo. Ainda não sabemos bem de que forma, nem sequer podemos ousar perspectivar o que quer que seja. Mas este tempo (e o tempo que se seguirá) é seguramente de muitos desafios e enormes riscos. E é a estes – aos riscos – que todos devemos votar muita atenção.
Existe desde logo o risco (cada vez mais inevitável) de estarmos a caminho de uma recessão brutal, profunda e duradoura. Certamente não será o “fim do mundo”, mas exigirá de todos grande esforço, empenho e capacidade de sacrifício. E escrevemos todos porque a responsabilidade de reerguer a economia não estará apenas nos trabalhadores, nos empresários, nos banqueiros e nos políticos. Nós enquanto cidadãos também teremos essa responsabilidade, mais que não seja consumindo o que é nacional e comprando no comércio local.
Mas a par da crise económica que se avizinha, este tempo de pandemia acarreta igualmente o risco de vermos os extremismos crescerem desmesuradamente, sobretudo os nacionalismos que advogam o encerramento de fronteiras e a vivência num Estado quase “policial”. Saibamos resistir a esses “cantos de sereia” que seduzirão como nunca durante este período. Estará a nossa maturidade democrática à altura deste desafio?

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