No dia 8 de Julho de 2009, o Ministério da Saúde celebrou em Lisboa os 30 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a presença do seu fundador, António Arnaut, então ministro dos Assuntos Sociais. E muito poucos portugueses sabem que o nome de António Arnaut e do seu secretário de Estado, Mário Mendes, foram sugeridos para a área da saúde a Mário Soares, então o primeiro-ministro, por Miguel Torga que não sendo militante sempre apoiou o Partido Socialista.
Apesar dos ataques feitos ao SNS e das tentativas da sua destruição, pelos governos da AD e do PSD, o Serviço Nacional de Saúde, que já foi considerado o 12º melhor do mundo pela OMS, é ao fim de 30 anos a maior conquista do povo português depois do 25 de Abril, traduzida no acesso de todos aos cuidados de saúde primários e diferenciados, à enorme redução da mortalidade infantil e, mais recentemente, já com o actual Governo socialista, à criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados.
Revestiu-se por isso da maior importância a comemoração desta data, levada a efeito pela actual ministra da saúde, dra. Ana Jorge, já que nos tempos que correm a imprensa gosta de potenciar a crise e todos os seus efeitos negativos, esquecendo aquilo que de facto tem sido feito em benefício dos portugueses.
E para além da saúde, era importante que no outro pilar da nossa vida pública, que é a educação, o país pudesse ter também a caminho um Serviço Nacional de Educação de que nos pudéssemos orgulhar dentro de 30 anos. A escola está mal, os alunos não aprendem, o país ressente-se ao nível estrutural da mediocridade gerada pelo ensino, até que a actual ministra da Educação, e pela primeira vez em Portugal, disse bem alto que o rei vai nu e deu os primeiros passos no sentido de criar o futuro Serviço Nacional de Educação. Mas todas as mudanças encontram os seus obstáculos e ferozes adversários.
António Arnaut teve contra si e contra o SNS os sectores mais retrógrados da medicina em Portugal, que venceu com a razão e com o tempo, que mostrou aos portugueses todas as vantagens do SNS. Maria de Lurdes Rodrigues tem tido pela frente o sr. Mário Nogueira, um resquício gonçalvista no seu pior, sempre pronto a encher as ruas aos milhares, contra a avaliação, contra o bom senso e contra o progresso do país. Mas a sua persistência, a sua razão e a necessidade que o país tem de uma nova escola, com professores sem medo de serem avaliados, porque capazes de ensinarem e dar ao país os quadros técnicos do futuro, vão fazer com certeza desta ministra o António Arnaut da Educação.
Como já disse noutro artigo, as eleições europeias, para além da penalização eleitoral do PS, criaram noutros que nada ganharam uma falsa euforia para a vida política e para os próximos actos eleitorais, que para bem do país não se vai certamente confirmar.
A d. Manuela, subitamente uma vencedora, baseia afinal a sua política de verdade numa sucessão de mentiras, de que a mais degradante é a recuperação de Santana Lopes como candidato à Câmara de Lisboa, numa atitude de incoerência, que é de facto a “sua verdade”. O “Paulinho das Feiras” e dos milhares de fotocópias quando saiu do Ministério da Defesa como sabe que ninguém vai ter com ele, vai ele próprio para o meio das feiras, dando a imagem televisiva de estar sempre rodeado de portugueses. O insuportável patusco do Bernardino, admirador da “democracia da Coreia do Norte”, conseguiu com mais uma das suas mentiras provocatórias uma reacção menos elegante do ex-ministro Manuel Pinho. Que apesar da campanha de toda a imprensa, teve o elogio na despedida, de patrões e trabalhadores, como a presença de vários delegados sindicais no jantar que lhe foi promovido. O Bernardino gasta o nome aos trabalhadores, e estes vão prestar a sua homenagem ao ministro que sempre os defendeu, através de dias e noites de negociação, que certamente resolveram muito mais que os espectáculos circenses dalguma oposição na Assembleia da República. Deixa também como obra o parque crescente das energias renováveis num país até aqui dependente dos derivados fósseis. E com tristeza vemos um ministro competente, mas infeliz na dialéctica, ter de ir embora, permanecendo os verdadeiros provocadores.
O país há muito que está farto dos papagaios falantes. Não existe qualquer escolaridade subjacente à demagogia barata que vemos diariamente.
António Arnaut, que foi um dos fundadores do PS na Alemanha, autor do romance <b><i>Rio de Sombras</i></b>, publicado recentemente, foi certamente buscar a António Sérgio e Antero de Quental a sua formação humanista para criar o Serviço Nacional de Saúde.
Maria de Lurdes Rodrigues sabe que este país para sair da sua crónica crise precisa duma escola onde se ensine melhor e se aprenda mais. Acredito que vai ser capaz de fazer o Serviço Nacional de Educação.
Estas são as obras que ficam, para além da retórica fácil e espúria, e dos túneis que prometem os que não passam das “obras subterrâneas”.
Ou escolhemos os que têm obra feita e para fazer ou votamos na “mentira da verdade”, para voltarmos ao país da “verdade da mentira”.
Festa em honra de Santa Bárbara no concelho de Castro Verde
Santa Bárbara, “padroeira” dos mineiros, é celebrada nesta quarta-feira, 4, e no fim de semana na freguesia de Santa Bárbara de Padrões, no concelho de