Nos últimos anos, sobretudo depois de estarmos a ser governados sob um programa de assistência económica, a “troika”, muito se tem falado da necessidade de reforma do Estado, mas pouco se sabe como será, para além da necessidade de reduzir a despesa e aumentar a receita.
Cresceram as desigualdades e não se tem conseguido a verdadeira reforma, em ordem a criar um Estado mais justo, em que ninguém é excluído do bem-estar, embora se deva premiar o mérito e a responsabilidade.
Não é fácil governar em tempo de crise, fazer uma distribuição justa e equitativa dos encargos, para ajudar a vencer as dificuldades. Costuma-se dizer que a união faz a força e que isso mais necessário se torna em tempo de crise. Por isso não compreendo, e creio que a maioria do povo português também não, porque os políticos que elegemos e os seus respectivos partidos não procuram entender-se, para apontar soluções viáveis que mereçam a nossa confiança e daqueles que nos emprestam dinheiro.
Sem vontade de procurarmos o bem comum, o bem do país e do nosso povo, pondo isso acima dos interesses partidários e de grupos, não conseguiremos sair de cabeça erguida da presente crise, sem vendermos a nossa dignidade e nos dobrarmos perante os poderosos, sejam eles o poder económico e financeiro ou os países ricos.
Isto implica não apenas uma reforma do Estado, mas também uma renovação das pessoas e suas organizações sociais, económicas e laborais. A Igreja e as religiões podem contribuir para a criação duma nova mentalidade de renovação, a partir do interior da pessoa e das suas relações fundamentais, a começar pela família. Para nos ajudar a refletir, refiro apenas a resposta de Jesus aos seus discípulos, quando estes se admiravam de não conseguir expulsar certos espíritos maus: “Pela vossa pouca fé…” (Mt 17, 20 ss).
PS e CDU trocam críticas sobre orçamento da Câmara de Castro Verde
A aprovação do orçamento da Câmara de Castro Verde na sessão da Assembleia Municipal realizada na terça-feira, 11, levou a uma troca de críticas entre