Já há algum tempo que os idosos estão longe de ter em Portugal o local ideal para passar a velhice com a dignidade merecida. E se a grande maioria dos reformados portugueses vive com grandes dificuldades e carências, os restantes que ainda se podem gabar de ter uma reforma “simpática” vêem-se agora confrontados com mais mudanças na Contribuição Extraordinária de Solidariedade, que lhes vai voltar a emagrecer as pensões ao fim do mês.
É por demais evidente que tanto a Segurança Social como o sistema que gere o fundo de pensões tem de ser continuamente adaptado à realidade, com racionalismo e sem pruridos ideológicos, sobretudo numa época em que a taxa de natalidade anda pelas ruas da amargura. Mas como em tudo na vida, há certos limites que não se podem ultrapassar, o que não tem acontecido com a reforma das reformas em Portugal.
Ora isto tem conduzido a uma situação em que são já muitos os portugueses a questionarem se valeu a pena tantos anos de contribuição. Quase tantos como os que já admitem a possibilidade de deixarem de descontar para a Segurança Social, perante a mais que provável ausência de reforma quando se aposentarem. E há ainda aqueles para quem a ideia de um sistema privado de pensões – onde cada um desconta o que entender – não desagrada de todo.
Tudo isto abre caminho a uma discussão para a qual ainda são poucas as respostas, mas que tem de ser rapidamente feita. Porque a única certeza que existe é que a actual situação não tem viabilidade e pouca esperança oferece ao futuro.
Nesta edição do “CA” publicamos um caderno especial dedicado ao mundo da lavoura, com particular destaque para os 25 anos da Associação de Agricultores do Campo Branco. Um quarto de século em que a instituição de Castro Verde se assumiu como agente activo na dinamização da agricultura, com ganhos evidentes para a região. Os parabéns são merecidos!