Pela paz

Quinta-feira, 17 Setembro, 2020

Miguel Rego

arqueólogo

A indiferença com que genericamente os cidadãos e os governos do mundo ocidental olham para o conflito entre Israel e a Palestina toca o absurdo. E isto porque a maioria das posições políticas dos governos democráticos da Europa, dos Estados Unidos e da Rússia está confortável nesta posição sempre diplomática de exigir o imediato cessar fogo, mas compreender a posição de força que os israelitas estão a assumir nesta resposta aos ataques do Hamas. Procura-se reescrever a história da Palestina esquecendo as motivações políticas, culturais e sociais que estão na base da batalha da Palestina. Israel, uma das maiores potências militares do mundo, desenvolve um massacre indescritível e inimaginável aos olhos das sociedades modernas, num território pouco maior que o concelho de Alvito. Uma das mais sofisticadas elites militares arrasa completamente um território com pouco mais de um milhão de habitantes, utilizando meios aéreos, marítimos e terrestres, não olhando a se os alvos são militares ou civis. Apontando e disparando sobre crianças, mulheres, velhos. Sobre as instalações da ONU, sobre campos de refugiados, escolas, mesquitas, igrejas. Passando com bulldozers sobre pacifistas. Mas não é apenas a violência física sobre populações e bens na Faixa de Gaza que os israelitas, sem qualquer pejo e perante o silêncio cúmplice e a tolerância do resto do mundo, desferem sobre aquele milenarmente massacrado território. Há quantos meses os governos israelitas determinaram o bloqueio total de bens, víveres, equipamentos, electricidade, água, combustíveis aos palestinianos? Esta forma de massacre do povo palestiniano é sinistra e, quer se queira quer não, só comparável à forma monstruosa como Hitler enviava comboios de judeus para as fogueiras de Auschwitz. Esta forma de fazer guerra e defender um país inventado no final da segunda guerra mundial só vem aumentar os conflitos entre palestinianos e judeus e agravar as relações, sempre ténues, entre aqueles povos. Israel tem de perceber que a paz é fundamental para que os grupos de extremistas percam a razão e a convivência religiosa seja possível. Não podem ser as motivações económicas a justificação do genocídio a que se assiste. Não nos podemos esquecer que a maior fonte de receitas do judeus é o apoio multimilionário dos Estados Unidos para “apoiar” o esforço de guerra sionista. A paz é urgente e indispensável para se construir um mundo de tolerância, solidariedade e com um dos mais ricos patrimónios culturais do mundo.

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