Os desafios que se seguem

Quinta-feira, 10 Outubro, 2019

Carlos Pinto

director do correio alentejo

As eleições Legislativas de 2019 tiveram um desfecho categórico e sem grandes surpresas (excepção feita à eleição de André Ventura): o PS venceu em toda a linha – e em todo o país –, o PSD confirmou a “crise existencial” que não consegue ultrapassar desde 2015, o Bloco afirmou-se como a terceira força política do país, a CDU voltou a sentir perdas apesar do fervor ideológico, o CDS afundou-se por completo no ego da sua liderança e o PAN cresceu à custa da demagogia ambiental e do politicamente correcto em voga.
Mesmo no plano distrital não houve qualquer “reviravolta” de última hora, confirmando-se aquelas que eram as previsões de (quase) todos: o PS consolidou a sua posição como força política maioritária com a eleição de dois deputados (a que junta 10 das 14 câmaras municipais), a CDU registou novo decréscimo de votantes e o PSD disse adeus ao Parlamento, evidenciando muitas fragilidades mesmo em concelhos onde está mais implantado (veja-se os casos de Almodôvar ou de Ourique).
Sendo a análise eleitoral relativamente simples de fazer, os desafios que se seguem são bem mais complexos de resolver. No caso concreto do distrito de Beja, estes colocam-se, sobretudo, ao nível do despovoamento, questão que se associa às acessibilidades, à saúde e aos serviços públicos. É urgente que os próximos quatro anos sejam de avanços decisivos nestes domínios, sob risco de o Baixo Alentejo não alcançar o grau de desenvolvimento que se exige num território com tantas potencialidades.

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