Para a grande maioria dos portugueses, não importa nada quem no Governo vai “controlar” os fundos comunitários, se o ministro das falinhas mansas, se aquele outro, o dos pastéis de nata. Ou se há “divergências” entre os senhores das pastas das Finanças e da Economia. Ou se ainda é cedo para uma remodelação governamental. Ou se o Passos Coelho garante pela enésima vez que Portugal não vai “alterar as metas do défice”. Ou se Mário Soares elogia o novo chefe do Governo de Espanha…
Tudo isso são faits divers, patacoadas que o sistema mediático dominante lança e utiliza para nos distrair, para deturpar e manipular factos, para levar as pessoas a aceitar como “inevitável” a inaceitável situação no país, para desviar a nossa atenção do essencial.
O essencial, para a grande maioria dos portugueses – para os trabalhadores que perdem em cada dia que passa salários e direitos, quando não o próprio posto de trabalho; para os reformados com pensões de miséria; para os desempregados sem protecção social; para os jovens sem emprego e forçados a emigrar; para os micro, pequenos e médios empresários e agricultores à beira da falência provocada por estas medidas recessivas; para os profissionais liberais esmagados pelos cortes remuneratórios e pelo aumento de impostos; para as famílias em dificuldades crescentes devido à subida de preços da alimentação, habitação, saúde, educação e de outros bens e serviços essenciais –, o essencial, para milhões de portugueses, é rejeitar e combater estas políticas que conduzem o país ao descalabro económico e social, à decadência e à perda de soberania. O essencial é retomar o caminho da dignidade e do desenvolvimento.
O essencial, hoje, para os trabalhadores e para amplos sectores e camadas sociais, é lutar com firmeza e de forma organizada para derrotar as políticas de traição nacional – que intensificam a exploração dos trabalhadores e transformam Portugal num protectorado da Alemanha –, políticas impostas por Berlim e Bruxelas e aceites submissamente pelas direcções do PS, PSD e PP e seus governos, com apoio da banca e dos patrões, ao serviço do grande capital estrangeiro e nacional.
Neste mês de Março, o que é essencial, nesta luta decisiva por alternativas políticas patrióticas, é prosseguirmos e reforçarmos o esclarecimento e as acções de protesto, de combate. Como, por exemplo, comemorarmos, voltados para o futuro, os 91 anos do Partido Comunista Português, o grande partido da classe operária e de todos os trabalhadores, sempre ao lado do povo; assinalarmos o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher; defendermos o Poder Local democrático, que a direita quer destruir; e, sobretudo, mobilizarmos os trabalhadores para a greve geral de 22 de Março, convocada pela CGTP-IN para rejeitar o pacote de exploração e empobrecimento, para combater o pacto de agressão aos trabalhadores, ao povo e ao país e para reclamar novas políticas e um novo rumo, de progresso e desenvolvimento, para Portugal.
Festival “Terras Sem Sombra” no concelho de Odemira
O concerto da harpista austríaca Elizabeth Plank é um dos destaques do programa do festival “Terras Sem Sombra” (TSS), que neste fim de semana, dias