Mentiras dos socialistas

Jorge Serafim

contador de histórias

Caros leitores, peço, caso ainda não o tenham feito, que passem os olhos pela revista “National Geographic” do mês de Setembro. Na capa poderão encontrar o intrigante título “Salvar Veneza”. No interior, uma reportagem que começa com outro título ainda mais intrigante, “Veneza Desaparecendo”. Permitam-me citar algumas frases constantes na referida matéria: 1 – O professor de história medieval Gherardo Ortalli, “Quando vou passear até ao largo com os meus amigos, tenho de parar, porque há sempre alguém a tirar-nos fotografias, como se fossemos aborígenes”, afirma. “Talvez um dia o sejamos. Um turista pode-nos visitar numa gaiola com um letreiro: alimente os Venezianos”. Quando aqui cheguei, há 30 anos, a cidade tinha 120 mil habitantes. Agora há menos de 60 mil. O declínio é inexorável. Só no ano passado a população perdeu 444 habitantes. Segundo Gherardo, Veneza será um dia um parque temático para ricos, que se deslocarão aqui para passar um dia ou dois no seu palácio, partindo logo de seguida. 2 – “Lá vai mais um pouco de Veneza”, observa Silvia Zanon, a professora, quando La Camiceria San Marco, uma loja de vestuário estabelecida perto da Piazza de San Marcos há 60 anos se viu obrigada a mudar para um local mais pequeno porque a renda triplicou. A loja, quintessência, fazia pijamas à medida para o duque de Windsor e pólos raros para Ernest Hemingway. “É como deixar a casa onde se nasceu”, comenta Susanna Cestari, que aqui trabalhou 32 anos, enquanto empacota coisas para a mudança. 3 – “Gostava de lembrar-lhe que a perda de população não é um problema exclusivo de Veneza, é um problema de todas as cidades históricas, não só de Itália”, avisou o presidente da Câmara de Veneza, Massimo Cacciari. “O chamado êxodo, que data de há muito tempo, está profundamente enraizado na questão da habitação”. Posto isto, escusam os socialistas de andar a enganar os cidadãos com o facto de que a desertificação dos centros históricos se deve, nomeadamente em Beja, a uma má gestão do património urbano por parte dos comunistas. Um problema global, transformado em ridículas acusações locais. Já agora permitam-me dizer a esta tribo de iluminados, dotados de inteligência superior, que não percebo porque é que autarquias geridas pelos socialistas no Alto e Baixo Alentejo ainda não conseguiram sediar nos seus domínios leiras de fábricas por esses campos fora. A questão fulcral é que todo o interior, governado da esquerda à direita, padece dos mesmos sintomas. Precário tecido económico, desertificação humana, envelhecimento da população. Terão porventura Mértola ou Ferreira do Alentejo invertido estas tendências? Não me parece! E é mentira se disserem que o conseguiram. Apenas uma nota a acrescentar: as obras do IP8 estão atrasadas, mais uma vez (agora só para o ano). Só patranhas e muitas manhas. Não voto nesta gente! Voto CDU!

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