Aliada à situação de crise, para a qual as famílias foram apanhadas de forma inesperada, e que trouxe consigo desemprego, diminuição de rendimentos, redução de prestações sociais, constata-se um aumento de casos de depressão. Se é certo que, por todo o país, muitas Instituições Particulares de Solidariedade Social estão a fazer o possível por dar apoio alimentar e material a pessoas em situação de carência, existem no entanto ainda áreas de intervenção que não estão a ser dadas atenção. As doenças do foro psiquiátrico têm ao longo dos anos sido relegadas para segundo ou terceiro plano, e assim continuam. Não irei abordar agora as situações com necessidades muitas vezes de internamento, como sejam esquizofrenias ou outras, pois essas necessitam de uma reflexão própria. Principalmente no nosso distrito, onde se verifica uma situação muito preocupante. Neste momento, gostaria que fosse reflectido o que é que a comunidade pode fazer tendo em conta o número sempre a aumentar de pessoas em risco de depressão. Não havendo estruturas de apoio, parece-me que poderia ser útil a constituição de grupos de auto-ajuda. A nível de bairro, de paróquia, de colectividades poderiam reunir com regularidade e partilhar as suas preocupações, apercebendo-se que não estão sós com o seu problema, para além da partilha de boas praticas que poderão ajudar a resolver ou pelo menos minorar o seu problema. Pois sabemos que atrás de problemas económicos, vêm muitas vezes problemas conjugais levando muitas vezes a situações de divórcio e de relação com os filhos. Seria bom que cada um de nós estivesse atento às pessoas que nos são mais próximas, dando apoio naquilo que tivesse ao nosso alcance. O lema da Semana Nacional da Caritas “Edificar o bem comum tarefa de todos e de cada um” vem lembrar-nos que não devemos relegar apenas para o Estado a atenção ao nosso próximo. É certo que cabe ao Estado assegurar as condições para que os cidadãos possam viver dignamente. Mas mesmo que isso acontecesse, essa é também a tarefa de cada um de nós. Só na relação uns com os outros, por vezes através de pequenos gestos e partilha, é possível crescermos em Amor, tornando o mundo que nos rodeia mais humano edificando o bem comum.

Paulo Arsénio volta a ser o candidato do PS à Câmara de Beja
O atual presidente da Câmara de Beja, o socialista Paulo Arsénio, vai voltar a ser o candidato do PS a este município nas eleições Autárquicas