Dos candidatos locais aos “paraquedistas”

Quinta-feira, 14 Março, 2013

José Carlos Albino

consultor

Por de trás do debate sobre a limitação de mandatos dos presidentes de autarquias locais está a questão do surgimento, há muito tempo, de profissionais na conquista e gestão de autarquias de locais pequenos, médios e grandes.
Estes profissionais, altamente qualificados em liderança e gestão organizacional, disponibilizam-se para exercer os “cargos locais”, onde quer que os diretórios partidários considerem que o poder do partido está em causa.
Os exemplos são muitos e tanto partem do rural para o urbano, como do médio para o grande ou vice-versa. Nada disto atrapalha os profissionais em autarquias locais, pois tiveram cursos intensivos e regulares de paraquedismo, ministrados pelos melhores quadros das “escolas partidárias”.
Indo ao sério e grave destes truques e malabarismos de carreirismos pessoais e de patrões partidários, há que dizer, alto e a bom som, que isto constitui uma total perversão e aviltamento do Poder Local Democrático, tal como instituído na Constituição da República e nos princípios e fundamentos da legislação do Poder Local, decorrentes da revolução democrática do 25 de Abril.
De facto, a ligação às pessoas, a expressão das identidades culturais/ territoriais, o fomento de cidadanias locais responsáveis e qualificadas e a construção de políticas de baixo para cima, são “mandadas às urtigas”.
Claro que isto não se resolve com leis, como a maior parte das coisas políticas, antes reclama uma outra profunda cultura democrática das pessoas e comunidades, particularmente das suas lideranças! Coisa difícil e prolongada, mas que tem que estar na “ordem do dia”.

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