A inquisição do século XXI

Quinta-feira, 11 Janeiro, 2018

Carlos Pinto

director do correio alentejo

Vivemos, indiscutivelmente, na era da Tecnologia. Os avanços tecnológicos registados nos últimos anos têm modificado drasticamente o nosso dia-a-dia – para melhor, sublinhe-se! –, com ganhos inestimáveis em todos os quadrantes da sociedade, seja da ciência à medicina, passando pela educação, pela economia ou pela comunicação. Este “novo tempo” em que vivemos permite-nos alimentar a ambição de ultrapassarmos limites que, ainda recentemente, eram considerados impensáveis. Mas como em tudo na vida (e como em todas as eras)… não há bela sem senão!
Vem isto a propósito daquilo que encontramos hoje nas redes sociais, exemplo máximo do desenvolvimento tecnológico no plano da comunicação e das relações inter-pessoais. É que se estas novas plataformas possibilitaram a aproximação de milhares de pessoas espalhadas pelo mundo fora que, de outra forma, dificilmente contactariam entre si, também abriram portas a uma espécie de “Nova Inquisição”, onde impera a intolerância, o desconhecimento e, sobretudo, a falta de respeito pelo próximo. Eles falam de tudo e sobre todos com propriedade e sem substância, não tendo sequer problemas em lançar na “fogueira” aqueles de quem, simplesmente, não gostam sem se preocuparem em invocar uma razão válida que seja.
Esta “Nova Inquisição”, por vezes escudada pela cobardia do anonimato, é visível em muitos locais, sobretudo nas caixas de comentários de jornais e sites informativos, mas também em posts no Facebook ou no Twitter. E não se pense que isto só acontece com temas “nacionais” e/ou “globais”. Localmente isto também sucede, com muitos a escrever sobre o que desconhecem e a falar acerca do que não dominam. Assim dificilmente chegaremos onde queremos…

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