A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) e a Distrital de Beja do PSD vieram a público contestar a decisão do Ministério da Agricultura de de restringir os apoios às medidas agro-ambientais a uma medida por beneficiário até ao próximo quadro comunitário.
Em comunicado enviado ao “CA”, a FAABA afirma que o anúncio do Ministério da Agricultura “traduz um profundo desconhecimento do papel e importância do sector agrícola revelado com incongruência e demagogia política”.
De acordo com a Federação, no Alentejo os apoios maioritariamente usados no âmbito das medidas agro-ambientais “envolvem os modos de produção integrado e biológico, a conservação do solo, o uso eficiente da água na agricultura, a sementeira directa ou a mobilização na linha, a manutenção de raças autóctones em risco de extinção, o pastoreio extensivo, o apoio à manutenção de sistemas agro-silvo-pastoris sob coberto de montado e os apoios zonais de carácter ambiental, entre outros”.
“Colocar os agricultores perante a opção por uma única medida” é “querer sol na eira e chuva no nabal, ou seja, irrealista do ponto de vista dos benefícios agro-ambientais que se anunciam como bandeiras”, argumenta a FAABA, considerando que “com esta postura” o Ministério da Agricultura “vai acentuar o abandono da actividade agrícola e o agravamento do despovoamento do mundo rural”, além de contribuir “para a interrupção, com danos dificilmente recuperáveis, de um processo de protecção agro-ambiental e da biodiversidade”.
Por isso mesmo, e “tendo em conta que, salvo raras exceções, os agricultores precisam recorrer a várias medidas como forma de garantir a sustentabilidade, a protecção da biodiversidade e a compensação do rendimento nas explorações”, a FAABA advoga que a medida agora anunciada pelo Ministério da Agricultura “traduz um claro desconhecimento da realidade agrícola e rural nacional” e “revela falta de tacto para com a sobrevivência da agricultura”.
Também a Distrital de Beja do PSD discorda da decisão do Ministério da Agricultura, questionando mesmo se “é assim que se promove a protecção do ambiente e apoia a agricultura em regiões desfavorecidas?”
“A manter-se esta decisão por parte da tutela, podemos afirmar que a defesa do ambiente, da biodiversidade e o combate às alterações climáticas não são os desígnios pelos quais pautam a sua acção. Bem como se torna claro que desconhece a relevância da agricultura na defesa da coesão territorial, que levou tão recentemente à criação de um ministério”, observam os sociais-democratas em comunicado enviado ao “CA”.
A Distrital de Beja do PSD garante ainda estar “ao lado” dos agricultores e das associações do sector “na defesa da actividade agrícola”, “um dos pilares da economia do nosso distrito, bem como em defesa da manutenção das boas práticas ambientais com vista à sustentabilidade ambiental das actividades agrícola, pecuária e silvícola nacionais”.
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