O presidente da Câmara de Castro Verde garante que 2020 "será um ano muito expressivo em vários domínios" no concelho. Em entrevista ao “CA”, António José Brito fala sobre os projectos do presente e as ambições do futuro, frisando ainda que o quadro financeiro da autarquia continua “com muitas limitações”.
Quais vão ser as prioridades da Câmara de Castro Verde em 2020?
Será um ano muito expressivo em vários domínios. Há obras como a estrada de Santa Bárbara, o Pavilhão Desportivo e o Centro de Artes que já estão a avançar em bom ritmo, representam mais de dois milhões e 350 mil euros de investimento e deverão ficar concluídas. Entretanto, já em Janeiro, vai começar a requalificação da Rua Morais Sarmento, num investimento na ordem dos 320 mil euros que contempla a requalificação na rede de águas. E 2020 será o ano decisivo para o Parque Empresarial de Castro Verde e para a Escola Secundária…
Em que ponto se encontra o processo de requalificação da Escola Secundária?
Assumimos com clareza a necessidade de resolver o problema da escola e estamos a trabalhar na solução. É um processo muito moroso e exigente. No início de 2018 reunimos com o Governo e, alguns meses depois, assinámos um acordo com o Ministério da Educação. Já este ano, a Câmara assumiu responsabilidades financeiras e também a gestão de todo o processo. Consequentemente contratámos o gabinete de arquitectura que trabalhou em tempo recorde e, concluído o projecto, no final do Verão, assegurámos a sua aprovação pela Direcção Geral dos Equipamentos Escolares. Neste momento, temos concluída a candidatura a fundos comunitários e temos total confiança na sua aprovação.
Contava que este processo fosse mais “rápido”?
A teimosia da CDU atrasou muito a solução e contribuiu para agravar as condições da escola. É bom lembrar que começámos do zero! Infelizmente, o anterior executivo nunca quis fazer qualquer acordo com o Governo.
A construção da zona de actividades económicas (ZAE) vai mesmo arrancar em 2020?
Estamos certos que sim. Temos financiamento comunitário assegurado e vamos lançar o concurso para o Parque de Empresas no início do ano. Será um investimento superior a um milhão e 800 mil euros.
A inexistência de uma ZAE na vila tem inibido o investimento privado? Têm sentido isso nestes dois anos?
O Parque Empresarial está atrasado 25 anos! Não se compreende que Castro Verde, ao contrário de todos os outros concelhos do Alentejo, não tenha um parque para empresas. Creio que todos percebem este erro colossal que nos fez perder muitas oportunidades, sobretudo quando somos “vizinhos” da maior mina da Europa, da auto-estrada, do comboio e de todas as oportunidades que isso cria. Muitas já foram perdidas e fugiram para outros concelhos vizinhos! Não podemos continuar a permitir isso.
A Rua Morais Sarmento vai ser requalificada. Em que medida será esta obra emblemática para a vila?
É uma rua muito emblemática e, a nossa ver, a sua requalificação irá torná-la um espaço privilegiado para as pessoas, embora não perca o trânsito. Vai, no entanto, perder mais de metade dos actuais lugares de estacionamento. Por outro lado, esta obra provocará mudanças na Rua de Aljustrel, que passará a ter um só sentido, de sul para norte. É uma “pequena revolução” e isso será exigente para todos. Mas estou certo que valerá a pena para alcançarmos um bom resultado. Será uma intervenção histórica!
Houve articulação com os comerciantes, por forma a minimizar o impacto das obras na actividade económica local?
Estamos a trabalhar nisso há mais de um mês. Já reunimos com os comerciantes e moradores e sinto que todos desejam esta obra, porque aquela rua é “um túnel” sem espaço para as pessoas que circulam ali e, naturalmente, para os moradores. E nem vale a pena falar das questões de segurança. Há muito tempo que esta alteração devia ter sido feita.