Um total de 32 utentes e 10 funcionárias do lar da Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel está infectado com o coronavírus SARS-CoV-2, devido a um surto na instituição, confirmou esta sexta-feira, 22, o provedor da instituição.
Em declarações ao “CA”, Manuel Frederico indicou que o surto foi detectado após duas funcionárias terem testado positivo durante os testes regulares semanais à covid-19 feitos aos funcionários da instituição.
“No grupo que foi a testar no dia 15 de Janeiro, duas das funcionárias deram positivo. Por acaso, estão assintomáticas e não têm rigorosamente nada de queixas. Na sequência disso, testámos todos os idosos e todos os funcionários” na quarta-feira, 20, disse.
Segundo Manuel Frederico, do universo de 69 utentes do lar, 32 fizeram testes com resultado positivo, sendo que apenas uma idosa está internada no hospital de Beja “com problemas respiratórios”.
Os restantes 31 utentes infectados encontram-se numa ala do edifício destinada apenas a doentes covid, tal como previsto no plano de contingência.
“Há algumas instalações em Aljustrel, como o nosso lar antigo e ou da própria Câmara Municipal, mas são quartos sem casa de banho individual. E no nosso lar os idosos têm casa de banho individual e não precisam de sair do quarto”, justificou Manuel Frederico.
“Este vírus não tem complacência com ninguém e veio logo com uma força tremenda.”
Manuel Frederico | provedor da Misericórdia de Aljustrel
Já os 37 utentes que testaram negativo ficaram numa outra ala do lar, enquanto as 10 funcionárias infectadas, num total de 60 testadas, estão a recuperar em casa.
Para o provedor da Misericórdia de Aljustrel, a identificação deste surto na instituição “é quase como ‘morrer na praia’”, uma vez que os idosos iam ser vacinados contra a covid-19 no dia em que acabaram por ser testados.
“Agora, enquanto o surto não passar, não somos vacinados”, vincou.
Manuel Frederico indicou ainda que a Misericórdia de Aljustrel “fez tudo” o que estava ao seu alcance e gastou “dezenas de milhares de euros em equipamentos que não tinha” para evitar uma situação do género.
“Como temos um lar com condições, tínhamos os idosos praticamente confinados aos quartos a tempo inteiro e um sistema de visitas em que não se tocavam de maneira nenhuma. Mas realmente este vírus não tem complacência com ninguém e veio logo com uma força tremenda”, concluiu.