A Somincor, concessionária da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, aumentou as suas vendas em 2024, mas mesmo assim não conseguiu evitar fechar o último ano com um prejuízo na ordem dos 3,4 milhões de dólares [cerca de 3,2 milhões de euros].
Os dados surgem no relatório anual da multinacional sueco-canadiana Lundin Mining, ainda proprietária da Somincor (a venda à Boliden deve estar concluída em meados deste ano), divulgado na semana passada e ao qual o “CA” teve acesso.
De acordo com o documento, em 2024 a empresa mineira com sede em Castro Verde realizou vendas no total de 438 milhões de dólares [cerca de 417,2 milhões de euros, de acordo com a taxa de câmbio atual], mais 13 milhões que no ano anterior.
O relatório indica ainda que o trimestre mais rentável da empresa foi o terceiro (de julho a setembro), com uma receita de 131,2 milhões de dólares. Por oposição, o trimestre com menores receitas foi o primeiro (janeiro-março), com apenas 80,6 milhões de dólares de vendas.
Ainda assim, e tal como em 2023, a Somincor acabou por fechar o último ano com um prejuízo na ordem dos 3,4 milhões de dólares. Trata-se de uma melhoria face a 2023, em que a empresa registou um prejuízo de cerca de 18,1 milhões de dólares, o que a Lundin Mining justifica com os “preços mais elevados” realizados na venda de concentrados de cobre e zinco.
A multinacional sueco-canadiana alude ainda aos “custos mais elevados de eletricidade e mão-de-obra” para explicar os resultados negativos da Somincor em 2024.
Relativamente à produção, e tal como o “CA” tinha adiantado em primeira mão na sua edição de 31 de janeiro, a produção de concentrados de cobre e de zinco na mina de Neves-Corvo em 2024 ficou ligeiramente abaixo do que eram as previsões iniciais da empresa.
Tal como em 2023, a Somincor acabou por fechar o último ano com um prejuízo na ordem dos 3,4 milhões de dólares. Trata-se de uma melhoria face a 2023, em que a empresa registou um prejuízo de cerca de 18,1 milhões de dólares.
No que toca ao cobre, saíram da mina situada no concelho de Castro Verde um total de 28.228 toneladas, menos 5.595 toneladas que no ano anterior e abaixo do que eram as previsões de produção iniciais da empresa para o ano transato.
No zinco, a mina de Neves-Corvo produziu 109.571 toneladas em 2024, ou seja, mais 759 toneladas que em 2023. Ainda assim, esta quantidade ficou igualmente menos do que previsto inicialmente e também abaixo das previsões revistas a meio do ano.
Apesar destes resultados em Neves-Corvo, a Lundin Mining terminou o ano de 2024 com um recorde na sua produção anual de cobre e no zinco, com um total de 369.067 e 191.704 toneladas, respetivamente. No caso do zinco, Neves-Corvo foi mesmo a responsável por mais de metade da produção total de concentrado deste metal no universo da multinacional sediada em Toronto (Canadá).
Constituída em 24 de julho de 1980, a Somincor é a concessionária da mina de Neves-Corvo, que produz, sobretudo, concentrados de cobre e de zinco, assim como prata e chumbo, e onde trabalham cerca de 2.000 pessoas.
A empresa está ligada ao grupo sueco-canadiano Lundin Mining há 20 anos, sendo a maior mina de zinco na Europa e a sexta maior de cobre também no continente europeu, além de ser a maior empregadora da região.
Em dezembro de 2024, a Lundin Mining anunciou a venda da mina de Neves-Corvo (assim como a mina sueca de Zinkgruva) à multinacional sueca Boliden AB. O negócio está avaliado em cerca de 1,52 mil milhões de euros e deve estar concluído em meados deste ano.