Desde Junho de 2017 que Castro Verde está classificado como Reserva da Biosfera da Unesco, o que é uma distinção que valoriza a região do Campo Branco e também constitui uma mais-valia para os produtos agrícolas (e não só) aqui produzidos.
“Ter um território classificado com Reserva da Biosfera só traz mais-valias em termos de desenvolvimento local. Não só para os produtores agrícolas, que podem beneficiar da classificação dos seus produtos, como também para todos os habitantes do concelho, por exemplo ao nível do turismo de natureza, do artesanato ou do comércio local, pois uma classificação mundial atrai muitos mais visitantes”, sublinha Ana Nobre, da Associação de Agricultores do Campo Branco (AACB).
De acordo com esta responsável, a classificação de Castro Verde como Reserva da Biosfera “funciona como um reconhecimento pelo trabalho de conservação de uma biodiversidade única” em “estreita ligação com o Homem”, não acarretando qualquer tipo de constrangimentos à agricultura da região.
“Neste território sempre houve preocupações ambientais, desde logo com a preservação da biodiversidade e a promoção da agricultura extensiva, com o cultivo de cereais e o pastoreio dos animais em grandes áreas. O facto do concelho de Castro Verde ser classificado como Reserva da Biosfera não traz mais restrições, para além das que já existiam e os agricultores do Campo Branco entenderam isto desde o primeiro momento”, sublinha Ana Nobre, reforçando a ideia de que “agora o desafio e a maior responsabilidade é aproveitar esta classificação para valorizar produtos, bens e serviços” das explorações agrícolas.
O processo de candidatura de Castro Verde a Reserva da Biosfera juntou a AACB à Câmara Municipal e à Liga para a Protecção da Natureza. Agora que esta classificação é realidade, Ana Nobre defende que sejam mantidos apoios à agricultura como as medidas agro-ambientais no âmbito do Apoio Zonal de Castro Verde, encerradas a candidaturas desde 2015.
“A AACB tem vindo a reforçar, junto das entidades competentes, da importância vital que a possibilidade dos agricultores do Campo Branco voltarem a poder beneficiar destas medidas têm para esta região. Neste sentido, e por este território ser considerado ‘especial’ mundialmente, achamos que nos podemos fazer ouvir e chegar a todos os decisores de uma maneira mais firme”, conclui.
