Raça Garvonesa luta contra extinção

Raça Garvonesa

Depois de ter estado à beira da extinção, a raça bovina Garvonesa continua a lutar para ver aumentado o seu efectivo, contando para já com 12 produtores, três dos quais na zona do Campo Branco. O efectivo total é de 22 machos e 776 fêmeas, número que só poderá aumentar se continua a haver ajudas para a sua produção.
“Trata-se de uma raça que tem dificuldades de sobreviver sem ajudas”, refere ao “CA” a engenheira Ana Lampreia, da Associação de Agricultores do Campo Branco, lamentando que desde 2015 que não sejam abertas candidaturas para a manutenção das raças autóctones, com excepção para jovens agricultores.
“Desde essa altura que os novos criadores não têm acesso à medida e os produtores que puderam aderir não podem aumentar o número de animais inscritos para receber o prémio. Além deste impedimento, são animais que não têm muito valor comercial, o que dificulta a sua preservação”, acrescenta.
Os criadores da raça Garvonesa que em 2015 se candidataram às medidas agro-ambientais para conservação das raças autóctones recebem actualmente 200 euros por vaca inscrita, verba acumulável com o prémio de vaca aleitante, de 120 euros.
“Mas o nosso desejo é que a ajuda seja maior, principalmente em anos de seca em que a alimentação se torna escassa e bastante mais dispendiosa”, defende Ana Lampreia.
A raça bovina Garvonesa chegou a estar em vias de extinção, mas a partir da Década de 90 foi reconhecida como raça autóctone e iniciado um trabalho de recuperação da raça. Desde essa altura que a AACB é a entidade gestora do registo zootécnico da raça, tendo a responsabilidade de executar o programa de conservação deste recurso genético.
“É um programa aprovado pela Direcção Geral de Alimentação e Veterinária e que nos compromete com uma série de acções de carácter técnico com o intuito de preservar e se possível melhorar a raça”, explica Ana Lampreia.
Nesse sentido, acrescenta esta responsável, cabe à AACB “desenvolver acções como a inscrição dos animais no Livro de Nascimento e Livro de Adultos, classificações morfológicas, acções de conservação de material genético em banco de genoplasma, controlos de performances, estudo da carcaça e da qualidade da carne, exames de paternidade por análises de ADN e promoção da raça, entre outras”.

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Correio Alentejo

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