Projeto no Vale do Guadiana para aumentar resiliência dos montados

A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) iniciou, neste mês de julho, um programa que pretende aumentar a “resiliência” dos montados às alterações climáticas no Parque Natural do Vale do Guadiana, que abrange os municípios de Mértola e Serpa.

Segundo explica ao “CA” a coordenadora do programa, Maria Bastidas, o objetivo é “aumentar a resiliência às alterações climáticas no montado”, através da implementação de práticas “que terão por base a cooperação e a partilha”.

Este programa tem o nome de “+Solo +Vida” e vai prolongar-se até dezembro de 2023. A iniciativa prevê a implementação de um conjunto de “10 boas práticas, com elevado potencial de replicação”, em 94 hectares do Parque Natural do Vale do Guadiana (PNVG), nomeadamente em explorações silvoagropecuárias, para combater a degradação do solo nos concelhos alentejanos de Mértola e Serpa.

Segundo Maria Bastídas, “um primeiro grupo de atividades tem a ver com a governança”, estando previsto um estudo sobre “soluções de governança para este contexto agrícola”, assim como a definição de “um modelo participado”.

Um segundo grupo de atividades tem que ver “com o conhecimento e com a sistematização de informação, com a capacitação e demonstração de boas práticas”, continua a coordenadora.

“E o terceiro grupo [de atividades] é aquele grande conjunto de ações que têm a ver com o restauro [de solos] propriamente dito”, que “passará pela aplicação de boas práticas agrícolas em 94 hectares privados dentro do PNVG”, diz.

Quando o programa chegar ao fim, em dezembro do próximo ano, Maria Bastídas espera “ter mais agricultores com um conhecimento ‘in situ’ de boas práticas e da sua aplicação”. “Por outro lado, queremos desenvolver no território as ferramentas para que essas boas práticas fiquem instaladas”, reforça.

A coordenadora do “+Solo +Vida” acrescenta que este “é um projeto que pretende ser muito próximo da realidade local” e “desenvolver uma estratégia à medida das necessidades e do contexto social e agrícola do PNVG”.

“É evidente que esperamos, no fim do projeto, poder dizer que é uma metodologia replicável noutros contextos”, conclui.

O “+Solo +Vida” foi um dos quatro projetos aprovados, a nível nacional, pelo fundo EEAGrants, financiado por Islândia, Liechenstein e Noruega, no âmbito dos “Projetos de preparação para condições meteorológicas extremas e de gestão de riscos no contexto das alterações climáticas”.

O projeto tem como entidades parceiras a Cooperativa Agrícola do Guadiana, a Natural Business Intelligence, a Universidade do Algarve e a International Development Norway.

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Correio Alentejo

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