O presidente da Casa do Alentejo de Toronto (Canadá), Jaime Nascimento, revela ao “CA” que a instituição tem sabido adaptar-se ao longo dos seus 40 anos de existência, continuando a divulgar “as tradições e cultura” da região.
A Casa do Alentejo de Toronto celebrou 40 anos em 2023. Que representa este marco?
Essencialmente, representa a grande capacidade que nós temos de viver e sobreviver. Viver porque continuamos ligados a um grande projeto como a Casa do Alentejo, sobreviver pelas questões humanas, sociais e até sanitárias que temos enfrentado e que a Casa do Alentejo tem superado e ultrapassado.
Que retrato faz do que é hoje a Casa do Alentejo de Toronto?
O grande problema que hoje se põe à Casa do Alentejo – como à grande maioria das associações recreativas e culturais da nossa comunidade – tem que ver com o capital humano, que vai escasseando. Há cada vez menos jovens identificados com as nossas raízes, com a nossa tradição, com a nossa cultura. E isso é uma das coisas em que estamos a trabalhar e a lutar intensamente, para tentarmos recuperar essa juventude para a Casa do Alentejo. Porque aquilo que a Casa do Alentejo tem feito e que continua como projeto de futuro é demonstrativo da grande necessidade de sangue novo que a gente precisa.
Quantos associados tem a Casa do Alentejo de Toronto neste momento?
À volta de 550 associados.
“O mais importante é podermos continuar a expandir aquilo que é a riqueza do nosso povo, as suas tradições e cultura.”
Que ligação mantém a Casa do Alentejo com a comunidade alentejana de Toronto? É uma ligação forte?
É evidente que sim! Temos o nosso próprio público, mas na verdade já registamos a adesão de outras gentes que não do Alentejo. E isso já é uma prova de que aquilo que proporcionamos à comunidade lhes diz algo, que é atrativo, aliciante e lhes proporciona momentos de lazer, bem-estar e até de aprendizagem. E o mais importante é podermos continuar a expandir aquilo que é a riqueza do nosso povo, as suas tradições e cultura.
A Semana Cultural Alentejana é um dos marcos da Casa do Alentejo de Toronto. Como é que tudo é preparado, desde a seleção dos municípios aos artistas convidados?
Isto não obedece a uma grande seleção, é uma questão de oportunidade. Neste caso particular, de Castro Verde, porque uma das nossas sócias fundadores, Rosa Contreiras, é de Castro Verde. E temos um cônsul [Joaquim do Rosário] que é oriundo de Castro Verde. Tudo isso se conjugou para termos Castro Verde durante uma semana em Toronto.
Quais os desafios que traça para o futuro da Casa do Alentejo de Toronto?
O meu tempo [como presidente] está a chegar ao fim e espero que alguém venha com a mesma dinâmica, a mesma vontade e o mesmo espírito de sacrifício para continuar este trabalho. Quem vier poderá ter uma certeza absoluta: contará incondicionalmente com o meu apoio.