Detidos no Alentejo por suspeitas de tráfico de pessoas

Detidos no Alentejo por suspeitas de tráfico de pessoas

Dois homens, irmãos e oriundos do Leste da Europa, foram detidos nesta terça-feira, 9, pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por suspeitas dos crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão-de-obra ilegal.
Fonte do SEF adianta ao “CA” que a operação “Fratello (irmão)” decorreu nas zonas de Alcácer do Sal e de Beja, sendo resultado de uma investigação ordenada pelo Ministério Público de Évora, com origem numa denúncia.
A operação contou com o envolvimento de 24 operacionais do SEF e os detidos são presentes ao tribunal competente nesta quarta-feira, 10, para aplicação das respectivas medidas de coacção.
De acordo com o SEF, a operação “Fratello” levou “à identificação de 15 cidadãos de nacionalidade estrangeira, oriundos do Leste europeu, os quais viviam, na sua maioria, sujeitos a condições degradantes no que diz respeito às condições de trabalho, alojamento e salubridade”.
“Tratam-se de vítimas de exploração laboral, na sua maioria do sexo masculino”, acrescenta o SEF, garantindo que estes cidadãos “foram devidamente sinalizadas como vítimas de tráfico de seres humanos, tendo sido disponibilizado todo o apoio necessário”.
Durante as buscas foi igualmente apreendido “diverso material de prova da actividade criminosa, como dinheiro, telemóveis e computadores portáteis, assim como 11.000 cigarros artesanais, agrupados em maços de 20, que eram vendidos aos trabalhadores, cujo valor era deduzido dos salários”.
O SEF explica ainda que os dois cidadãos detidos “recrutavam os trabalhadores a partir dos países de origem, através do aliciamento por melhores condições de vida”. “Já em território nacional as vítimas acabavam por ser exploradas em herdades agrícolas, na preparação da campanha da azeitona. Muitos deles acabaram privados da respectiva remuneração e com recurso a violência física”, acrescenta.
No decorrer da investigação já haviam sido sinalizadas outras cinco vítimas de tráfico, as quais se encontram actualmente em casas seguras.

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Correio Alentejo

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