O ano começou mal para o povo português. O custo de vida aumentou ainda mais. Ir ao médico ou fazer um tratamento no centro de saúde é muito mais caro. Andar de transporte público custa mais. Os passes sociais para reformados ou estudantes vão desaparecer. Subiram os preços dos alimentos em geral, do pão à bica, passando pela comida para bebé. A conta da electricidade no final do mês vai disparar. Os juros dos empréstimos bancários à habitação não cessam de crescer. Está na forja uma lei que facilita o despejo nas casas arrendadas. Alastram a corrupção ao mais alto nível e a promiscuidade entre dirigentes dos partidos do poder e senhores do capital.
Tudo isto a juntar aos anteriores cortes nos salários, nas pensões e nas prestações sociais – de legalidade duvidosa –, aos ataques aos direitos laborais e sociais dos cidadãos, à subida dos impostos, à tentativa em curso de liquidação do Poder Local democrático, à privatização e entrega ao estrangeiro do controlo de empresas públicas como a EDP e de sectores estratégicos do Estado. E Janeiro ainda vai no adro e já se anunciam “medidas adicionais” para “reduzir o défice” decretado por Berlim e Bruxelas, o que significa novos sacrifícios para os trabalhadores e chorudos lucros para o capital.
Esta situação desgraçada, que inferniza a vida da maior parte das pessoas, resulta das políticas do Governo PSD/CDS-PP e do pacto de agressão contra os trabalhadores e de submissão do país ao FMI e ao directório da União Europeia, pacto esse que foi subscrito pelo PS e pelos partidos de Passos Coelho e Paulo Portas, com o apoio do Presidente da República, perante o aplauso da banca, dos grandes grupos financeiros e dos patrões.
E se o começo de 2012 foi mau para o povo em geral, ainda foi pior para as populações do distrito de Beja. Para além de sofrerem as malfeitorias impostas ao povo, ainda “apanham” com mais cortes nos comboios, com a suspensão das obras na A26 (IP8) e no IP2, com a paragem do aeroporto de Beja, com o retrocesso do regadio de Alqueva…
A grande questão que se coloca, hoje, aos alentejanos e a todos os portugueses, é a seguinte: estas políticas são inevitáveis? As opções de empobrecimento de quem trabalha (a esmagadora maioria) e de enriquecimento de quem explora (uma minoria) são inevitáveis? A resposta é clara: não, estas políticas troikistas não são inevitáveis. Não, o rumo de desastre e decadência, não é inevitável. E sim, há alternativas, patrióticas e de esquerda, de desenvolvimento e soberania nacional, de defesa do Portugal de Abril, dos seus valores e das suas conquistas democráticas e progressistas.
É possível, e necessário, travar e derrotar as actuais políticas de empobrecimento dos trabalhadores, de ingerência estrangeira e de decadência nacional. E o caminho é a resistência, a luta, a intensificação das grandes e pequenas lutas, com a participação dos trabalhadores, dos democratas e de outras camadas e sectores sociais, de todos os patriotas.

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