Síndrome do restaurante chinês

Quinta-feira, 17 Setembro, 2020

Inês Fernandes

engenheira alimentar

É comum algumas pessoas sentirem-se mal e com sensações estranhas após uma refeição num restaurante chinês. Geralmente associam esse mal-estar a uma eventual intoxicação alimentar causada pelos alimentos ingeridos no restaurante. Pelo contrário, trata-se de uma reacção de hipersensibilidade ao glutamato monossódico, substância frequentemente utilizada na culinária chinesa para intensificar o sabor. Em pessoas mais susceptíveis, esta substância pode causar dor de cabeça, vermelhidão facial, formigueiro e rigidez na parte posterior do pescoço, dor no peito, náuseas ou vómitos, variando consideravelmente de pessoa para pessoa, consoante a quantidade ingerida. Esta reacção é vulgarmente conhecida pelo Síndrome do Restaurante Chinês.
Todavia, a utilização do glutamato monossódico não se restringe aos restaurantes chineses. Actualmente a sua utilização está muito difundida sobretudo nos alimentos processados (sopas preparadas, molhos e refeições prontas a comer), sendo fundamental ler os rótulos quando se descobre que se é sensível a esta substância, de forma a evitá-la.
Devido ao facto do glutamato monossódico ser amplamente utilizado como ingrediente, têm sido realizadas pesquisas por cientistas e agências de regulamentação sobre a sua inocuidade e eficácia, tendo sido demonstrado que a sua utilização é segura.
Nos Estados Unidos, o glutamato monossódico é considerado um ingrediente alimentar comum, como o sal, o açúcar ou a pimenta. Está incluído na lista de ingredientes reconhecidos como seguros da Agência de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA: Food and Drug Administration). A sua inclusão nesta lista significa que o glutamato monossódico é inócuo para o uso a que se destina.
Este aditivo alimentar está também aprovado por governos de todo mundo, incluindo os países Europeus, Japão e outros países Asiáticos, países da América do Norte e da América do Sul, África, Austrália e Nova Zelândia.

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