Perigo está à espreita!

Quinta-feira, 3 Agosto, 2017

Carlos Pinto

director do correio alentejo

Durante anos Portugal foi um país carente de azeite, ainda que este seja um produto bem presente, desde há séculos, na dieta dos portugueses. Uma realidade que se alterou radicalmente nos últimos anos, em grande medida devido ao Alqueva, que permitiu a plantação de enormes manchas de olival um pouco por toda a sua zona de influência. Por isso mesmo, Portugal já consegue ser auto-suficiente na produção de azeite (produz o suficiente para as suas necessidades anuais). E em paralelo o sector é hoje sinónimo de crescimento e inovação, sobretudo no Alentejo.
Mas neste caminho ascendente, os produtores alentejanos de azeite enfrentam agora uma nova ameaça: uma bactéria de nome exótico (Xylella fastidiosa), que ataca uma vasta gama de espécies vegetais e que até há quatro anos era um “exclusivo” do continente americano. Em 2013 surgiu em Itália, dois anos depois chegou à Córsega e ao sul de França, em 2016 já estava na Alemanha e também nas Ilhas Baleares (Espanha), e já este ano, no passado mês de Junho, foi detectada num pomar de amendoeiras na zona de Alicante.
Quer isto dizer que esta bactéria dificilmente não chegará a Portugal e aos seus olivais (e não só), sobretudo aqueles que se encontram no Alentejo, “paredes meias” com a Andaluzia. E como o perigo está à espreita, é indispensável que as entidades competentes (públicas e privadas) e os agentes do sector tomem as medidas adequadas para evitar a contaminação e, sobretudo, a propagação da Xylella fastidiosa pela mancha que pinta de verde grande parte da região. Assim se defenderá a economia nacional e se evitarão prejuízos semelhantes àqueles que outros sectores sentiram em casos similares.

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