O tempo que vamos ter

Quinta-feira, 6 Julho, 2017

Carlos Pinto

director do correio alentejo

Desde 1990 que as barragens portuguesas não estavam tão vazias! Os dados pertencem à Agência Portuguesa do Ambiente e foram divulgados esta semana pelo “Diário de Notícias”, que coloca a barragem do Monte da Rocha, no concelho de Ourique, como a que mais preocupações causa. Isto porque o seu armazenamento actual está fixado nos 15,5% quando a média em final do mês de Junho se devia aproximar… dos 60%!
O caso é grave, sobretudo se levarmos em linha de conta um estudo da Universidade de Aveiro, recentemente divulgado numa publicação científica internacional, que conclui que as ondas de calor na Península Ibérica vão ser cada vez mais frequentes. Diz o estudo que lá para o final do século estas ondas de calor poderão durar 20, 40 ou 60 dias consecutivos. E se a seca hoje já é um problema, é melhor nem imaginar o que poderá suceder dentro de uma ou duas décadas fruto das alterações climáticas.
É por tudo isto que é preciso atalhar caminho e encontrar soluções que atenuem as complicações causadas pelo tempo que vamos ter. E no caso concreto do território do Campo Branco é por demais evidente que a solução passa… pelo Alqueva. A grande barragem, que muitos desdenharam no passado recente, é garantia de água em quantidade para abastecimento humano e agrícola em quase toda a região.
A área de influência do Alqueva, mais a sul, já chega ao concelho de Aljustrel, mas nos planos da EDIA (e do Governo) está o seu alargamento até ao Alentejo Litoral, beneficiando dos apoios concedidos no âmbito do Plano Juncker. Ora esta é uma oportunidade única. Porque com a água já a passar na zona de Rio de Moinhos (Aljustrel) impõe-se que a ligação seja prolongada até ao Monte da Rocha. Por uma questão de salvaguarda das necessidades das populações e, sobretudo, por uma questão de solidariedade com estes territórios do interior.

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