Derrubando “Muralhas”

Carlos Pinto

director do correio alentejo

A China tem uma população aproximada de 1.360 milhões de habitantes, ou seja, cerca de um quinto da população mundial. Quase duas vezes mais que a população de toda a Europa junta e muito mais que os EUA ou que a América do Sul…. Trata-se de um mercado gigantesco para qualquer sector que para lá exporte, ainda mais numa altura em que esta é uma das economias mais pujantes de todo o mundo e onde o consumo per capita tem vindo a aumentar de ano para ano. E é neste mercado que a carne de porco alentejano pode agora entrar, em virtude do recente acordo comercial estabelecido entre os ministérios da Agricultura de Portugal e China.
É certo que a produção que existe de porco alentejano na região nunca poderá – longe disso – suprir todas as necessidades do mercado chinês. Mas tal como o “CA” lhe conta nesta edição, o acordo agora firmado abre essa “janela de oportunidade”, até agora vedada, de competir em determinados nichos de qualidade num mercado de outra dimensão.
Mas há mais: o protocolo entre os dois países coloca igualmente termo a um problema que se vinha agudizando na relação dos produtores de porco alentejano com os seus compradores espanhóis, uma vez que presuntos e enchidos de Espanha à base desta carne também não podiam seguir para a China.
Ora todos sabemos que a competitividade dos espanhóis neste mercado é bem superior à dos portugueses. Sobretudo porque têm mais quantidade para vender! E esta é, porventura, a “grande muralha” derrubada pelo acordo Portugal-China. Porque se as exportações de produtos espanhóis à base de carne de porco alentejano para a China vierem a aumentar, certamente que isso terá efeitos imediatos (e muito positivos) na economia local.

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